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Enviada em: 02/06/2019

Desde a Revolução Francesa - processo desenvolvido para corrigir as desigualdades sociais - uma sociedade só evolui quando um se mobiliza com o problema do outro. Todavia, quando se observa os baixos índices de democratização do acesso à cultura no Brasil, verifica-se que esse ideal revolucionário é constatado na teoria e não, desejavelmente, na prática. Devido a isso, a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade da nação. Nesse contexto, convém analisar as principais causas de tal postura negligente para com a sociedade brasileira.     A priori, é inegável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo da educação Paulo Freire, se a educação, por um lado, não altera o mundo, por outro, sua ausência torna inviável qualquer mudança. De maneira análoga, tal fato se reflete nos ínfimos investimentos governamentais em medidas na base educacional que incentivam o ensino em escolas públicas sobre a importância da erradicação de desigualdades no acesso à produção cultural no país e, devido à falta tanto de administração quanto de fiscalização pública, por parte de algumas gestões, isso não é firmado.    Por conseguinte, atrelado à falta de investimentos governamentais na educação brasileira, as altas taxas de desdenho social em relação à proliferação de camadas populares que não possuem acesso ao acervo cultural no território nacional, é um impulsionador desse impasse. Nesse sentido, o sociólogo Durkheim afirma que o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Ao seguir essa linha de raciocínio, nota-se que é de extrema necessidade que ocorra uma mudança da mentalidade social para que haja uma transformação gradativa das atitudes sociais sobre tal ação prejudicial.    Portanto, é mister que indivíduos e instituições cooperem para atenuar a problemática. O Governo Federal deve, por meio do Poder Legislativo, aumentar as verbas públicas destinadas à educação, proporcionando uma melhora na qualidade de ensino das escolas. Para que ocorra uma mobilização da sociedade a respeito do problema, cabe ao Estado, em conjunto com o Ministério da Educação e Cultura, promover campanhas de abrangência nacional, por meio de redes televisivas e sociais, uma vez que tal ação contribuirá a transpor a reincidência de casos de negligência cultural com as camadas mais humildes, viabilizando um aumento das taxas de democratização do acesso à cultura; além de realizar palestras em praças e universidades sobre como a prática de desigualdades socioculturais podem causar danos à população. Só assim, o Brasil se tornará um país que pratica os ideais revolucionários, o que beneficiará toda a população.