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Enviada em: 22/06/2019

No que se refere à democratização do acesso à cultura no Brasil, nota-se que em pleno século XXI uma parcela da sociedade brasileira ainda enfrenta entraves para desfrutar do patrimônio sociocultural ofertado pela nação. Atualmente, a Constituição Federal de 1988 garante o acesso às fontes da cultura nacional para os cidadãos, porém, em contraste com o pensamento do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire, o qual diz que toda teoria precisa da práxis - ação - fica evidente a necessidade do Estado de promover políticas públicas voltadas para a democratização da cultura brasileira consoante aos direitos constitucionais postos em teoria.      A princípio, é fato que a cultural é um aspecto intrínseco ao País, mas a ausência de uma educação pública de qualidade pautada nessa referência ainda é distante para a realidade da maioria dos brasileiros. Na Grécia Antiga, por exemplo, a educação ateniense era marcada por fortes influências da cultura, que contemplava não só conhecimentos como matemática e astronomia, como também a música, arte, filosofia grega e o teatro faziam parte da formação de cada cidadão ateniense. No Brasil, no entanto, apesar de tais conhecimentos também serem resguardados na grade curricular das escolas públicas, ainda assim, nota-se uma persistente desvalorização e descaso dentro de muitas redes de ensino para a formação de um cidadão conhecedor da cultural nacional.       Além disso, nos dias atuais e no sistema capitalista em que a sociedade brasileira vive, corrobora as desigualdades socioeconômicas e traz consequências como o afastamento cultural da  população mais carente. Tal fato fica evidente nos elevados preços cobrados nas entradas de museus, teatros, cinemas e festas culturais que também são disponibilizados em selecionadas regiões do Pais, logo, nem toda a população tem acesso, não só pela questão financeira, como também pela pouca oferta que o Estado promove para a parcela majoritária da nação. Assim, é paradoxal que um País  que cobra uma das maiores taxas tributárias do mundo não seja capaz de garantir com aquilo que é proposto constitucionalmente.     Logo, urge o Estado por meio do Ministério da Educação contemplar a grade curricular da rede pública com aulas, desde o infantil até o ensino médio, voltadas para a cultura nacional e também visitas mensais á museus, teatros e dentre outros, a fim de formar cidadãos estimulados para conhecer a cultura brasileira e conhecedores da mesma. Além disso, o Estado através do Ministério da Cultura deve promover para os cidadãos espaços culturais gratuitos e diversificar tais espaços por todo o território nacional. Feito isso, ter-se-à cidadãos mais críticos e uma sociedade pautada na teoria e na prática.