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Enviada em: 08/07/2019

Cultura é a transmissão dos conhecimentos, costumes e das manifestações acumuladas ao longo da construção de um povo. Desse modo, o Brasil, país conhecido mundialmente pela riqueza do acervo cultural, tem, hoje, o acesso à cultura em processo de melhorias na sua democratização. Assim, pode-se afirmar que, embora inúmeros benefícios advindos das revoluções comunicacionais tenham sido incorporados à matriz do acesso cultural brasileira, há, paralelamente, uma distopia que abarca cada vez mais os excluídos do processo.      Em primeiro lugar, é fulcral compreender como, ao longo dos anos, se deu a ampliação do acesso cultural no Brasil. Desse modo, para tal compreensão, é necessária a relativização de momentos históricos distintos. O primeiro deles, é a criação da imprensa brasileira, trazida por D. João VI, que alavancou a ocorrência do Romantismo aqui. Todavia, tal momento também é paradoxal, uma vez que apenas 30% da população do país era alfabetizada, o que traduz um acesso, a priori, restrito à elite contemporânea. Em Segunda instância, ao observarmos o crescimento do acesso cultural proporcionado pela internet, cerca de 70% da população tem acesso razoável. Dessa maneira, ainda que seja relativamente amplo, mudanças no sentido de efetivar tal amplitude são necessárias.       Não obstante, é preciso notar a intersecção dos contrapontos da Globalização e do acesso à cultura: os excluídos cada vez mais excluídos. Com efeito, o filósofo francês Pierre Lévy pontuou o atual momento da temática: Toda nova tecnologia cria seus excluídos. Desse modo, percebe-se que, embora o advento da internet tenha, relativamente, exponencializado a democratização do acesso, temos na exclusão socioeconômica e sociocultural, um contraponto importante, que aumenta ainda mais as distâncias para o efetivo deleito da cultura, sejam elas geracionais ou até mesmo financeiras.      Torna-se claro, portanto, que a democratização do acesso à cultura no Brasil é, em partes, garantida, entretanto, tem no distanciamento dos extremos sociais (geracionais e econômicos) seu principal obstáculo. Com fito de mitigar os efeitos negativos da temática, é imperioso que haja a parceria da tríade governo-escolas-mídia. Assim, os Ministérios da Cultura e da Educação devem fornecer cartilhas e subsídios para as escolas trabalharem, através de palestras e seminários, a doutrina do combate à segregação do acesso cultural. Ademais, jornais e telejornais devem atuar na formação catártica da consciência coletiva, na promoção do combate à formação de excluídos tecnologicamente e, só assim, será possível desfrutar da assertiva de Confúcio, filósofo chinês: A cultura está acima da diferença da condição social.