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Enviada em: 17/07/2019

O antropólogo Edward Tylor define cultura como todo o complexo de crenças, hábitos e conhecimentos adquiridos por um indivíduo no seu convívio em sociedade. Lamentavelmente, no Brasil, o acesso às representações dos movimentos culturais que definem e particularizam a população tem sido restrito a uma parcela da sociedade. Dessa forma, é importante que o acesso à produção cultural brasileira seja democratizada, tanto por ser um direito social como por formar uma identidade cultural.       Em relação ao primeiro viés, cabe destacar que o efetivo alcance à cultura é garantida por lei. Nesse sentido, o artigo 215 da Constituição Federal dispõe que o Estado garantirá o pleno ingresso às fontes de cultura nacional. Porém, a realidade comprova um afastamento dos ideais legislativos, como atestado pelo Ministério Público Federal em perícia realizada no Museu de História Natural em Minas Gerais, não há acessibilidade para cadeirantes e até mesmo para pessoas sem deficiência: calçadas com areia e pedras, escadas sem corrimões e rampas inadequadas. Portanto, a regulamentação legal do acesso às produções culturais vai além de manter museus funcionando: é símbolo da inclusão das diferenças e, para isso ser verdadeiro, é necessário que os ambientes estejam adequados aos variados públicos para permitir uma visita satisfatória.        No que concerne ao segundo ponto, é valido mencionar que o conhecimento a respeito da formação cultural de um povo é essencial a identificação social. Para elucidar essa ideia, é possível mencionar o que fala o historiador Marc Bloch: história é um esforço para melhor conhecer uma coisa em movimento. De modo análogo, a formação da identidade cultural se encaixa na fala do pensador no sentido de que para compreender a posição social que alguém ocupa no meio em que vive é necessário o conhecimento dos processos de transformações culturais que as sociedades passaram. Infelizmente, esse pensamento não é difundido, como atesta levantamento feito pelo Ministério da Cultura: 75% dos brasileiros não frequentam espaços de reprodução de costumes e hábitos e o principal motivo é a falta de pertencimento à expressão cultural oferecida. Logo, um maior incentivo à visitação desses espaços é imprescindível para o reconhecimento individual e social.        Em suma, é necessário pensar em uma forma de promover a difusão das formas de contato aos patrimônios culturais. Para isso, as prefeituras municipais - por serem órgãos que têm um maior contato com a realidade da população local - devem promover a realização de eventos populares culturalmente significativos, que difundam a multiculturalidade inerente ao Brasil: festivais de danças regionais e de comidas típicas. Isso pode ser feito por meio da criação de um calendário cultural. Isso sendo feito, consequentemente, com a finalidade de criar um sentimento de pertencimento, identificação cultural.