Materiais:
Enviada em: 27/07/2019

Com a vinda da família real para o Brasil, no começo do século XIX, houve um maior investimento em cultura, como a criação da Biblioteca Real e a promoção da chamada "Missão Francesa", que aprimorou os processos de arte no país. No entanto, esse cenário inovador era restrito somente às classes dominantes. Nesse sentido, embora no decorrer da história tenha-se alcançado grandes avanços no que tange às questões socioculturais, nos dias atuais, ainda há a desigualdade no acesso à cultura no país, seja pela ineficiência das ações públicas, seja pela formação educacional deficitária de parte dos brasileiros. Logo, faz-se necessária uma reflexão crítica sobre o tema.    A princípio, é válido ressaltar a baixa efetividade das ações governamentais para a democratização da cultura no país. Desse modo, mesmo que haja programas de incentivo a arte popular, como a criação da lei Rouanet, o número de brasileiros sem qualquer acesso a atividades socioculturais é alarmante, o que está relacionado à desigualdade em termos de acesso a esse bem social. A esse respeito, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os 10% mais ricos no país são responsáveis por cerca de 40% de todo o consumo cultural. Dessa forma, percebe-se a má democratização da temática devido às limitações do Estado, o que gera um grave problema social.   Outrossim, é importante pontuar que, devido a existência dessa desigualdade, muitos brasileiros não possuem uma formação completa quanto aos aspectos culturais. Esse fato, paralelamente ao pensamento do sociólogo Immanuel Kant de que a educação influencia diretamente na construção do indivíduo, gera um distanciamento entre a produção cultural e as preferências de tais cidadãos, pois a  insciência dificulta a interação entre a arte e o espectador. Desse modo, a falta de conhecimento e contato com a temática no início da formação de uma pessoa pode acarretar o desinteresse pelos conteúdos artísticos, o que compromete a disseminação da cultura no país.    Portanto, para controlar o quadro de desigualdade no acesso à cultura no país é imprescindível que o Governo federal, na figura  do Ministério da Cultura, estabeleça programas que levem os diversos conteúdos artísticos e interativos até as pessoas que não dispõem dessas atividades. Isso pode ser realizado por meio da criação de estabelecimentos gratuitos, como bibliotecas, museus e cinemas em locais periféricos onde o acesso a temática é menor, a fim de facilitar o contato dessas pessoas com as diversas produções culturais e minimizar a desigualdade. Ademais, as entidades que fabricam arte  no Brasil devem investir em campanhas populares que busquem atrair a atenção do público e estimular o interesse por suas produções.