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Enviada em: 29/08/2019

De acordo com a filósofa brasileira Marilena Chauí, a democracia deve ser um sistema de direitos iguais para todos, sem ações que prejudicam um grupo em prol de outro. Contrariando essa perspectiva, no Brasil, apesar da cultura ser um direito constitucional, muitos brasileiros ainda não têm acesso a ela. Nesse sentido, é necessário discutir como a desigualdade social e a ausência de incentivo contribuem para esse cenário.    Mormente, é indubitável que a falta de acesso à cultura está intimamente ligada ao poder aquisitivo dos cidadãos. Com efeito, a célebre frase de Confúcio "a cultura está acima da diferença de condição social" vai de encontro com a realidade brasileira, onde para um trabalhador a sua subsistência e a da dua família é prioridade em relação ao lazer, o qual acaba por ser negligenciado. Assim, é mais fácil para a classe média usufruir de museus, teatros, livrarias, em suma, espaços que deveriam ser frequentados por todos.    Ademais, é inocente acreditar que há esforços para incentivar o acesso às artes. Nesse contexto, pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que o percentual de livrarias abertas no Brasil diminuiu em 9% em dez anos. Com efeito, tal dado constata que o Estado não promove medidas como a popularização o preço dos livros, da entrada de teatros e museus, ou sequer elaboram campanhas de esclarecimento, de modo que aqueles que não possuem condições de frequentar esses lugares, tampouco serão estimulados à conhecê-los.   Destarte, fica clara a necessidade da mitigação dos desafios para a democratização do acesso à cultura no país. Urge, então, que o Ministério da Cultura desenvolva nos jovens o interesse pelas artes, atuando principalmente nas escola públicas, por meio da promoção anual de eventos que abordem as diversas manifestações culturais, com a participação de especialistas, pais e alunos, assim como a exposição de obras e apresentações. Espera-se, com isso, aproximar desde cedo os cidadãos de qualquer origem social às artes, como idealizou Confúcio.