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Enviada em: 27/04/2018

Embasamento iluminista       Iniciado no continente europeu no final do século XVII, o iluminismo, movimento carregado de valores científicos, teve como principal objetivo a implantação da razão como principal via de melhoramento da vida social e individual do homem. A partir dessa premissa, torna-se válida a atribuição de grande relevância à comunidade científica no processo de desenvolvimento da sociedade em suas mais variadas vertentes.       Desde seu princípio no mundo científico, o Brasil tem se mostrado ligeiramente atrasado, tanto na questão do incentivo quanto na participação científica no cenário mundial, em relação a nações consideradas como potências participativas na elaboração patrimonial tecnocientífica. Um dos maiores exemplos dessa problemática é o surgimento das primeiras instituições de ensino e pesquisa no Brasil apenas no início do século XX - à exemplo da Universidade Federal do Rio de Janeiro -, frente a já existência de renomados centros de pesquisa datados do século XVII no outro extremo do continente americano.       Eventos recentes na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência mostram significante aumento nos investimentos na área científica do ano 2000 até o ano de 2013. Na contramão desse aumento, encontram-se ainda uma série de profissionais da ciência que, constatando-se com pouco prestígio por parte do Governo Federal - uma vez que até então são insuficientes os repasses para essa área -, tendem a buscar oportunidade de emprego em outros países, visto que são altas as taxas de procura por profissionais científicos estrangeiros no mercado internacional.       Dessa forma, e levando-se em conta a recente fusão entre o antigo órgão responsável pela manutenção científica no Brasil e o Ministério das Comunicações, é urgentemente necessária a reabertura do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, atrelado a um mais amplo repasse de verbas para esse órgão por parte da máquina pública. Somado a isso, é válida uma nova projeção nas formas de lecionamento das ciências nas salas de aula. Tal projeção, cabível ao MEC, visaria uma alteração na atribuição de importância dos estudos científicos por parte dos estudantes, sendo que esses, guiados da melhor forma e recebendo suficiente incentivo tecnocientífico quando laboralmente maduros, estariam aptos para honrar o principal lema iluminista ("sapere aude"), que, sob a forma imperativa verbal, direcionava a sociedade da época à ousadia do saber.