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Enviada em: 03/05/2018

Potencial invisível    A Coréia do Sul, durante a guerra fria, recebeu ajuda financeira dos Estados Unidos para manter-se ao lado do bloco capitalista e, grande parte desse dinheiro, foi destinado por ela para a edução e pesquisa. Por conseguinte, hoje, pode-se afirmar que superou o subdesenvolvimento que enfrentava na época e tornou-se uma potência. Por outro lado, o Brasil vem tomando vias completamente contrárias, cortando em momentos de crise a verba destinada ao carro chefe do desenvolvimento de um país: a ciência. Portanto, vale a pena analisar as principais causas e consequências da desvalorização dessa modalidade.    Em primeiro plano, vale a pena ressaltar que nossa economia depende muito de um setor instável e pouco lucrativo: o das commoddities—produtos primários—, que correspondem cerca de 65% das importações. Vale lembrar que somos os principais exportadores de ferro e soja do mundo. Todavia, esse caminho trilhado é preocupante, uma vez que a Venezuela, que hoje passa por uma profunda crise política e econômica, já foi um país próspero às custas do Petróleo e, diante a queda de seu preço, hoje encontra-se destruída. Pode-se afirmar que investir-se em produtos facilmente retirados da natureza hoje não é o mais seguro, uma vez que muitos são capaz de fazê-lo e o mercado pouco os valoriza.    Outrossim, o inverso acontece com a tecnologia e ser dependente da que os outros produzem é caro, tanto para o país, quanto para os consumidores, e não faz sentido, uma vez que o Brasil tem as melhores faculdades da América Latina, como USP e UNICAMP. Entretanto, o potencial dos alunos esbarra-se na falta de investimentos e, consequente, infraestrutura para trabalharem e desenvolverem seus projetos e pesquisas. Logo, muitos saem do país e vão para outros, geralmente ricos, que abraçam suas ideias e lucram milhões e até bilhões de dólares com isso, a exemplo do que aconteceu com o Kinect, criado por um curitibano que saiu do país pelas dificuldades e foi trabalhar para a Xbox, nos Estados Unidos.  Medidas, portanto, são necessárias para resolver o impasse. O governo federal deve criar novamente a MCTI como órgão independente, separando-o do Ministério da Comunicação, haja vista a importância de suas decisões e autonomia para o desenvolvimento do país. Consoante a isso, verbas destinadas a ele devem ser fixas por lei, suficientes para que invistam-se em equipamentos de alta qualidade e em projetos prodígios, incentivando, dessa forma, a permanência de gênios em território nacional e o desenvolvimento de tecnologias brasileiras. Só assim veremos o retorno à exemplo da Coréia do Sul.