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Enviada em: 11/05/2018

Desde o estabelecimento das primeiras sociedades hidráulicas no Crescente Fértil, a humanidade percebeu a pertinência do desenvolvimento tecnológico, seja para a qualidade de vida das suas populações, seja como um alicerce administrativo e bélico da soberania de um Estado. Contudo, devido à displicência do governo federal em promover a expansão de suas indústrias de ponta, não é encontrado na realidade brasileira esse paradigma, cuja ausência compromete a posição do Brasil no cenário mundial, seja pelo consequente atraso tecnológico, seja pela retração monetária resultante.      Ao se analisar historicamente o decurso dos modelos produtivos implementados pelo Capitalismo moderno, percebe-se que a desvalorização da ciência no Brasil faz com que o país seja incapaz de acompanhar a evolução da referente doutrina econômica. Baseando-se nos conceitos de automação, informatização e flexibilização do processo produtivo, permitidos pela robótica e pela eletrônica, estabeleceu-se o sistema toyotista industrial em 1970, no qual o fluxo de capitais internacionais é regido pelo portentoso desenvolvimento tecnológico, que permite aos países centrais exercerem sua hegemonia perante o mundo. Sendo assim, caso o Brasil não reverta sua incúria nesse setor, ele será incapaz de alavancar sua posição nesse contexto mundial regido pela técnica e pela informação.       Outra repercussão resultante dessa desvalorização, é o retraimento da produtividade financeira da nação brasiliense em relação aos países desenvolvidos. Segundo Karl Marx, a economia é a infraestrutura de uma sociedade, ao redor da qual toda a vida social é desenvolvida. Além disso, conforme o pensamento de Immanuel Kant, o indivíduo é fruto da qualidade dos sistemas educacionais que lhe são oferecidos. Desse modo, verifica-se que não há como haver o desenvolvimento econômico sem que haja um intensivo preparo das forças culturais, uma vez que, na conjuntura moderna neoliberal, o conhecimento tecnológico é um recurso precípuo à economia de mercado.      Com base no conteúdo supracitado, observa-se, portanto, a premência da execução de medidas que remediem essa referente conjuntura. Primeiramente, o Governo Federal deve outorgar recursos humanos e pecuniários ao desenvolvimento dos tecnopolos presentes na região mineira, de forma que as pesquisas tecnológicas sejam facilitadas e prontamente integradas ao processo industrial brasileiro. Além disso, o Governo Estadual deve promover a qualidade da infraestrutura técnica de suas escolas públicas, seja pela construção de laboratórios experimentais que incentivem o interesse pela ciência, seja pela capacitação do corpo docente à utilização desse novo engenho, de maneira que os alunos formandos estejam mais qualificados para a participação nos processos científicos universitários. Desse modo, o Brasil finalmente poderá se adequar aos novos panoramas técnico-econômicos mundiais.