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Enviada em: 16/05/2018

A produção científica brasileira passa por uma severa crise, o que pode ser capaz de inviabilizar o progresso econômico e social do país a longo prazo. Isso ocorre principalmente devido a uma cultura de desvalorização da ciência, que passa a ser vista como processo pouco necessário à sociedade e, portanto, passível de cortes.       Em primeiro plano, os resultados e aplicações de pesquisas costumam ser desenvolvidos durante extensos períodos, algumas vezes superiores aos de vidas humanas. Isso, associado à agilidade e rapidez contemporânea, leva a ciência à síndrome de Cassandra, em alusão à personagem mitológica capaz de prever o futuro mas que, por maldição dos deuses, nunca era levada a sério. Dessa forma, o cientista é, em muitos casos, desacreditado quanto à utilidade de seu trabalho, o que acarreta baixa valorização profissional.       Outrossim, a pós-verdade originou um apreço excessivo às opiniões em detrimento dos fatos objetivos. Esse fenômeno pode ocasionar o chamado efeito Dunning-Kruger, que é quando o indivíduo, ao saber pouco sobre um assunto, avalia seu conhecimento sobre ele como superior ao que de fato o é. Assim, descobertas e provas científicas consolidadas voltam a ser alvo de dúvidas pela população devido a crenças pessoais, o que dificulta inovações advindas daquelas.       A valorização da ciência requer, por consequência, uma mudança de paradigma cultural através da informação. Para isso, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) deve ampliar o número e estender a duração de bolsas de pesquisas e, em parceria com o Ministério da Educação, investir em divulgação científica por meio de feiras e palestras. Desse modo, garante-se ferramentas para perpetuar o progresso nacional no âmbito técnico, econômico e social.