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Enviada em: 27/05/2018

O  histórico do Brasil é cunhado, essencialmente, pelo desenvolvimento do agronegócio, carecendo em investimentos necessários às pesquisas científicas. Ocorre importações de tecnologias estrangeiras em demasia, sob altas cargas tributárias, ignorando-se a cadeira cíclica que esta proporcionaria na rotação de capital financeiro. Com o advento da 3ª Revolução Industrial, a principal fonte de crescimento econômico é a tecnologia, pois, maximiza a eficiência de produtos e processos, revertendo-se em renda e, consequentemente, em novos estudos. A fonte do problema supracitado provêm da configuração política do país e de preconceitos arraigados culturalmente.         A subdivisão ideológica brasileira no Congresso, apresenta sua grande maioria de representantes nacionais concentrados entre ruralistas, que defendem o investimento exclusivo na agropecuária, e ambientalistas radicais, que votam por leis baseadas no puritanismo natural como complexo de Iracema, símbolo da virginidade ambiental, criada por Alencar. Esta dualidade direciona tais correntes à precarização da ciência. Se por um lado é essencial o questionamento do progressivismo exacerbado, torna-se evidente que os estudos científicos geram novas técnicas agricultáveis, assim como, novos métodos de reflorestamento ambiental de biomas desmatados, como o cerrado e a mata atlântica.        A negação dos transgênicos é reflexo deste fato, visto que, o desenvolvimento de tais organismos é a principal proposta de erradicação da fome, no entanto, torna-se tendenciosa a medida que utiliza-se de métodos extremistas. Um exemplo disto é o desenvolvimento de soja geneticamente modificada, que colocou o Brasil como um dos principais exportadores de soja do mundo, evidenciando o poder econômico da ciência. Utilizou-se, entretanto, principalmente o território amazônico para implantação de tal monocultura, agravando a destruição de um dos maiores biomas potenciais para estudo, pesquisa e produção de novos insumos, medicamentos e terapias.        Torna-se essencial, portanto, a inserção de representantes políticos que debatam o investimento em tecnologia no Brasil. Deve-se haver um consenso pautado no diálogo dos cientistas com a população, através de palestras em escolas, captando os estudantes ao interesse científico, e da popularização de visitações aos institutos de pesquisa, através de eventos culturais gratuitos, desmistificando os mitos sociais instituídos. Tais processos serão, decisivamente, reflexos na escolha de candidatos com propostas que abranjam o desenvolvimento tecnológico, fomentando  densidade nas discussões acerca do assunto e cobrança na execução das políticas propostas. Através dessa fagulha científica, ocorrerá uma banalização das importações estrangeiras, com seus altíssimos tributos, desfragmentando o preconceito ou temor tecnológico e propiciando a criação de uma identidade científica brasileira.