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Enviada em: 30/06/2018

O pioneirismo e sucesso inglês na Primeira Revolução Industrial deveu-se, principalmente, ao desenvolvimento de inovações tecnológicas como a máquina a vapor. Evidencia-se, portanto, que progresso social, econômico e científico são fatores intimamente relacionados. Porém, percebe-se que o Brasil tem desconsiderado a importância desses fatores ao adotar atitudes retrógradas como o corte de verbas destinadas às ciências. Logo, ao agir na contramão do desenvolvimento, a desvalorização científica figura como obstáculo para o desenvolvimento das nossas potencialidades.    Em primeira análise, segundo o gerente executivo de política industrial da Confederação Nacional da Indústria "o número de patentes é um dos fatores que refletem o grau de inovação do país". No entanto, dos 20 países analisados pela ONU, o Brasil ocupa a 19ª posição e perde para todos os países do BRICs. Com isso, é evidente que o recente corte de verbas para as ciências em 44 % nos condenará a um quadro de sucateamento tecnológico e amplificação da dependência brasileira em relação a patentes e "Know-Hows" estrangeiros.    Outro fator adensador do baixo desenvolvimento científico brasileiro é a desigualdade da produção em ciências no território nacional. Assim, a região Sudeste concentra 74,5% das pesquisas enquanto a região Norte apenas 2,7%, segundo estudos feitos pela UFMG. Dessa forma, a carência da presença democrática de tecnopolos sofisticados que absorvam os cientistas locais é um obstáculo para o desenvolvimento, pois muitos recursos naturais presentes na regiões menos desenvolvidas, como as riquezas biológicas e minerais amazônicas, deixam de ser estudados e explorados. Além disso, essa falta de centros tecnológicos e incentivo também promove a evasão de muitos pesquisadores que poderiam agregar substancialmente para o desenvolvimento da biotecnologia, agricultura e outros setores cruciais para a economia.    Destacam-se, desse modo, problemáticas significativas relacionadas à desvalorização da ciência no Brasil, área fundamental para a promoção do progresso nacional. A fim de ampliar as áreas de pesquisa em território brasileiro, o Governo Federal deve levar infra-estrutura para todas as regiões do país por meio da eleição de universidades sobre as quais recaírão investimentos em laboratórios, equipamentos e bolsas científicas de forma a transformá-las em tecnopolos que funcionarão de acordo com as demandas e riquezas locais. Assim, além de viabilizar a inovação e produção de patentes, a democratização da produção científica poderá atenuar as desigualdades regionais econômicas sociais. Ademais, a sociedade não deve permitir que acintes como a redução da verba em ciência persistam e, por intermédio do voto e ações coletivas de repúdio devemos protagonizar mudanças e melhorias.