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Enviada em: 14/07/2018

O médico e cientista brasileiro Carlos Chagas destacou-se mundialmente ao identificar e descrever completamente a tripanossomíase americana, conhecida como doença de Chagas. Na contemporaneidade, no entanto, apesar dos destaques e avanços tecnocientíficos, observa-se que a situação proeminente da ciência brasileira apresenta riscos e implicações retrocedentes. Nesse sentido, seja pela falta de investimentos, seja por fatores sociopolíticos, faz-se necessário combater o impasse.              Mormente, analisa-se que a ausência de recursos corrobora para a problemática. Isso porque, com a atual conjuntura de crise econômica, o Estado promoveu congelamento orçamentário, a partir da Emenda Constitucional 95 de 2016, que afetou, sobretudo, o setor de inovações científicas. Com isso, ao contrário do que ocorre em países como Japão, Alemanha e Estados Unidos, têm-se a atenuação de descobertas e pesquisas essenciais às áreas sociais. Consequentemente, assim como defende a ex-presidenta da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Helena Nader, enquanto a educação e a pesquisa forem tratados como gastos, o país não atingirá o status de "desenvolvido".             Ademais, nota-se ainda que não há total reconhecimento do papel social da ciência no Brasil. Isso visto que, perante a era da pós-verdade, o cerne do método científico, que visa a busca por evidências e fatos, é desvalorizado. Além disso, com a escassez de publicações e aplicação de capital na educação, a maior parte da população não apresenta o contato com as apurações, de modo a não reivindicar pelo progresso tecnocientífico. À título de exemplo, consoante dados do Centro de Gestão e Estudos Estatísticos (CGEE), embora tenham grande interesse, os brasileiros alegam ter pouco acesso à informação científica. Por conseguinte, os princípios do Artigo 218 da Constituição Federal de 1988 tornam-se extrínsecos à realidade social.              Infere-se, portanto, que a ciência é um fator imprescindível para o prosperidade da nação. Destarte, o Congresso Nacional deve destinar mais recursos ao setor de pesquisa e educação, por meio de uma alteração na Lei de Diretrizes, com o intuito de suprir as demandas e permitir melhorias na infraestrutura dos tecnopolos, de modo a garantir a evolução da educação no país, o qual não coaduna com a própria Magna Carta. Outrossim, o Governo, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MTCIC), deve criar uma estrutura abrangente de estímulo à apuração e ao acesso da ciência, a partir do desenvolvimento de aulas especiais e projetos como o "Pint of Science" - evento que proporciona a união entre ciência e sociedade - bem como o incentivo da realização de feiras e olimpíadas científicas nas escolas; a fim de proporcionar maior adesão e participação social. Dessa forma, o país apresentará mais descobertas como a de Chagas.