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Enviada em: 19/07/2018

Fuga de cérebros. Dependência tecnológica. Atraso econômico. As consequências da desvalorização da ciência no Brasil são diversas e refletem a escassez de investimentos públicos no setor, bem como o desconhecimento da população sobre a importância social das tecnologias para a prosperidade do país, o que contribui para a baixa adesão e o descrédito de tal área pela sociedade brasileira.    Diante disso, é indubitável que os cortes orçamentários recentes nas instituições de inovação  tecnológica no Brasil estejam entre as causas dessa problemática. Nesse contexto, Sócrates, filósofo grego que viveu há mais de dois mil anos, afirmava que viver sem ciência é uma espécie de morte. Seguindo tal premissa, observa-se que, no Brasil, tal ideal, hodiernamente, não é compreendido pelo poder público, haja vista que este não incentiva devidamente a ciência e os cientistas no país - o governo reduziu em três bilhões de reais o orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia em 2017 - o que possibilita a falência da pesquisa nacional em áreas importantes, como na saúde, e, assim, a permanência da nação em seu atual posto de subdesenvolvimento na Divisão Internacional de Trabalho.            Outrossim, a restrição do conhecimento científico a certos nichos sociais e determinadas regiões no país agrava esse quadro. Segundo Anísio Teixeira, intelectual brasileiro, a escola é responsável também pela construção de atitudes. Nesse sentido, embora tenha aumentado o número de pesquisadores no Brasil - mais que dobrou em dez anos - a ciência continua frequentemente isolada nas universidades, especialmente da região sudeste, o que contribui para o distanciamento populacional da mesma e para sua descrença por boa parte dos brasileiros, que desconhecem a sua aplicação e importância para melhorar as condições de vida - a exemplo da produção das vacinas, como a contra a febre amarela, que salvam vidas.        Dessa forma, as dificuldades da ciência brasileira estão relacionadas a questões políticas e sociais. Destarte, o Governo Federal junto ao setor privado devem investir financeiramente nas instituições de pesquisa e inovação tecnológica por meio de planos diretores de médio e longo prazo, mesmo diante da atual crise econômica, a fim de garantir a valorização dos cientistas e o desenvolvimento da indústria e autonomia tecnológica nacional. O Ministério da Educação e ONGs devem, ainda, disseminar o conhecimento científico nas escolas brasileiras por meio de oficinas, aulas experimentais e pela construção de laboratórios, como de informatica e robótica, para aproximar pais e alunos da ciência e alcançar o ideal socrática.