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Enviada em: 05/08/2018

Anita Malfatti, artista paulista, recebeu grande influência da arte europeia em suas obras. As referências vanguardistas presentes nas telas da autora, nesse sentido, remontam às outras formas de pintura do século XX – como o movimento futurista– e servem para evidenciar a modernização mundial na estética e na tecnologia. Entretanto, o avanço tecnológico, protagonista do Futurismo, parece restrito às tintas cinzentas que marcavam as obras dessas correntes, notabilizando a parcimônia de estratégias cívico-estatais na adoção de novas cores ao quadro brasileiro no que concerne ao progresso científico.     Destaca-se, inicialmente, o parco investimento governamental nas instituições de ensino do país. Desse modo, o baixo direcionamento de verbas a tal âmbito inibe o seu pleno desenvolvimento, o que impede a prosperidade científica desses locais e ocasiona a "fuga de cérebros", uma vez que a mão de obra qualificada nacional encontra oportunidades de desenvolver grandes projetos em países que ofereçam melhor infraestrutura. Observa-se, assim, que o Brasil não se pauta no exemplo das nações desenvolvidas – os Estados Unidos, por exemplo, dedicam-se ao aprimoramento de centros tecnológicos como o Vale do Silício, atitude benéfica ao estudante e à economia. É lamentável, porém, que a nação que tem como progresso um dos lemas da sua bandeira não faça valer o seu ideal.     Sob esse viés, ante a postura negligente do Ministério da Educação, o interesse da população na criação de ciência também encontra-se fragilizado. Nesse contexto, embasado às Reformas Educacionais que tornam o ensino mais mecânico que aplicável, o estudante perde a sua ânsia no aprendizado e, assim sendo, o Brasil inutiliza as mentes brilhantes que poderiam ajudar a garantir o status de nação desenvolvida ao território, gerando maior independência em relação aos países ricos. Tendo isso em vista, é evidente que o contrato social proposto por John Locke não encontra muitos adeptos em solo nacional, uma vez que nem a população, e tampouco o Estado, parecem dispostos a cumprir seus papeis sociais.     Impende, pois, a necessidade de projetos que atribuam uma nova cor à arte de ser brasileiro e, dessa forma, garantam a prosperidade nacional. É dever do Ministério da Educação, por meio de verbas da Receita Federal, a reformulação no plano pedagógico das instituições de ensino públicas, incluindo disciplinas práticas que associem o fazer científico às atividades do cotidiano na grade escolar dos estudantes, como experimentos laboratoriais, a fim de elaborar novos meios de integração entre o aprendiz e o estudo. O MEC também precisa promover feiras de tecnologia em parceira com o Ministério da Cultura nas universidades Federais do país, convocando professores das ciências naturais para monitorar as atividades estudantis e, assim, garantir o ideal de Locke no Brasil.