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Enviada em: 06/08/2018

Tendo em vista o posto de oitava maior economia do mundo ocupado pelo Brasil, era de se esperar que tal país tivesse uma área científica desenvolvida nos moldes de outras grandes nações, com uma política de alocação de grandes recursos financeiros à ciência visando ao seu aprimoramento e desenvolvimento. Contudo, a realidade difere de tal expectativa, com um Brasil marcado pela desvalorização de instituições e profissionais ligados à ciência. Dessa forma, convém entender de que forma a estagnação do setor científico traz prejuízos à sociedade.      Primeiramente, convém citar a recente ação política que intensificou os desafios enfrentados pela ciência no Brasil. O governo determinou a redução no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicação que, no ano de 2017, segundo dados do IBGE, recebeu apenas 20% do necessário para fechar suas contas. Em contrapartida, a população, principalmente a parcela com carreira científica, reuniu-se na 3ª Marcha pela Ciência, realizada na cidade de São Paulo, condenando tal decisão governamental. Segundo os manifestantes, a decisão de cortar gastos no setor científico é prejudicial à sociedade.        Desse modo, de fato, a contestação dos manifestantes à decisão governamental é legítima. Afinal, tal ação política implica em menos recursos financeiros disponíveis aos institutos de pesquisas que já há bastante tempo não contam com o suficiente. Ademais, em virtude desse cenário, pesquisadores brasileiros procuram melhores condições de trabalho em outros países, em um fenômeno denominado "fuga de cérebros". Como resultado de tal realidade, tem-se um país que não desenvolve a ciência e, portanto, dependente da tecnologia de outras nações.       Em suma, apesar do entendimento de que o desenvolvimento de um país está intrinsecamente ligado ao quanto o mesmo valoriza a ciência, o Brasil pouco investe nessa área. Visando à transformação dessa realidade, faz-se necessária à mobilização da população, como na marcha em São Paulo, cobrando mudanças em relação à forma como o governo trata o setor científico. Este, por sua vez, deve destinar uma maior porcentagem do PIB aos institutos de pesquisa, reformando-os e modernizando-os. Ademais, é necessário investir no ensino da ciência, tanto nos níveis iniciais de ensino quanto no superior, a fim de estimular os jovens a seguir carreira na área e garantir a formação de profissionais qualificados. Ainda, tendo em vista à falta de interesse de grande parte da população brasileira na ciência, convém ampliar e democratizar o acesso à informação científica por intermédio de investimentos na formação de divulgadores científicos, que transmitem assuntos complexos de maneira compreensível aos leigos.