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Enviada em: 08/08/2018

A terceira geração romântica é lembrada por ambicionar o voo alto, tal qual o condor, de modo a capacitar a visão ampla da sociedade e o ataque aos seus problemas latentes, todavia sem perder a sensibilidade da poética. Sob essa ótica, torna-se passível de discussão, hoje, a mazela da desvalorização da ciência em território nacional, de modo a combater a escassez de profissionais e zelar pela permanência desses.       Com efeito, essa conjuntura advém de uma escolarização deficitária. Isso porque o saber científico fundamenta-se no pensamento crítico para a resolução de problemas. Porém, a escola parece não incentivar esse comportamento nos discentes, haja vista que o método tradicional de ensino, baseado em aulas expositivas, não requer a reflexão profunda do aluno, mas apenas a reprodução do conteúdo. Logo, os estudantes não são preparados para a inserção no meio científico, o que os desestimula a seguir esse ramo. Dentro desse contexto, já nos alertava o grande Immanuel Kant “O ser humano não é nada além daquilo que a educação faz dele”.       Somam-se a isso, as más condições para o exercício da ciência no Brasil. A falta de insumos e tecnologia necessária para a pesquisa é a deplorável realidade do cientista brasileiro. Esse, ao vislumbrar melhores condições profissionais em países desenvolvidos, emigra para tais, corroborando, assim, para o fenômeno de fuga de cérebros que assola a pátria. Destarte, ao passo que a perda de capital humano for tolerada, a ciência se aproximará do fim dos seus dias.       Entende-se, portanto, que o descaso com o conhecimento é algo a ser mitigado no país. Para tal, o Ministério da Educação deve atuar de modo a deflagrar a reflexão crítica dos discentes, enfatizando, na ementa curricular das ciências da natureza, aulas para elaboração de intervenções em problemas sociais, ambientais e da saúde pública, por exemplo. O intuito de tal ação é tornar a educação um estímulo ao engajamento estudantil. Ademais, os cidadãos precisam aderir a essa causa, por meio de uma participação mais assídua na Marcha da Ciência, para trazer mais visibilidade política ao movimento. Dessa forma, a nação verde-amarela poderá homologar com o legado condoreiro.