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Enviada em: 15/08/2018

No Brasil, houve uma dedicação muito especial à literatura de cunho científico por parte dos autores naturalistas. Tratava-se de uma escola literária peculiar, que valorizara a técnica e o rigor crítico em detrimento da subjetividade. Todavia, contrapondo-se à literatura oitocentista, tais predileções parecem ter perdido o prestígio na sociedade atual, tendo em vista a problemática desvalorização da ciência por parte dessa. Ocorre que, essa nefasta mazela traz consequências seríssimas de caráter social e econômico.       A princípio, vale pontuar que, no ano de 2016, o débil investimento em estudos científicos permitiu que um surto de dengue, zika vírus e chikungunya se alastrasse pelo país, tornando-se, portanto, motivo de medo nacional. Diante dessa conjuntura, é razoável argumentar que o descaso para com a ciência é um erro que desestabiliza todo o corpo social ao deixá-lo vulnerável aos perigos que poderiam ser evitados a partir do incentivo à pesquisa. Essa ótica dialoga com o pensamento da grande Marie Curie: "Nessa vida não há nada a temer, mas a entender".       Destaca-se, ainda, que valorizar essa área do conhecimento é crucial para que se minimizem as desigualdades socioeconômicas. A síntese de medicamentos à baixo custo e a captação e distribuição logística da água potável e dos alimentos são algumas das demandas da população mais carente que sofre com as péssimas condições de vida nas quais estão inseridos. Logo, é imprescindível o emprego de tecnologia para sanar essas questões, dado que já nos alertava o filósofo Platão: "O importante não é viver, mas viver bem".       Assim, entende-se que o progresso científico é medida que se impõem. Para tal, cabe ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação promover a reunião de cientistas em prol da busca de soluções aos problemas sociais vigentes, por meio da criação de congressos dotados de infraestrutura e tecnologia de ponta, e que premiem os envolvidos como forma de incentivo à participação, para que não haja impedimentos ao fazer científico. Ademais, o Ministério da Fazenda deverá dispor de uma maior parcela dos Recursos da União à serem destinados aos estudos científicos, no intuito de fomentar o desenvolvimento tecnológico direcionado a fins socioeconômicos e da saúde pública. Dessa forma, os ideais naturalistas farão sentido à nação verde-amarela.