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Enviada em: 27/08/2018

Durante o período de pós- Idade Média, a humanidade passou por vários avanços tecnológicos e científicos, possibilitados pela valorização da razão, que permitiram a produção de muitos equipamentos desfrutados hodiernamente. Em contraposição a isso, na contemporaneidade, o Brasil, entre outros países, enfrenta forte desvalorização da ciência, o que pode levar no futuro à queda da qualidade de vida da população, gerar atrasos e migração de pessoas capacitadas intelectualmente. Nesse sentido, fatores de ordem social e histórico caracterizam a problemática.       É importante pontuar, de início, a descredibilização pela própria sociedade da ciência como cerne da questão. À luz do sociólogo Durkheim, na teoria sobre a solidariedade orgânica, o bem-estar geral depende do bom funcionamento de todos os setores da sociedade. Em contraposição a essa ideia, como as pessoas tendem a dar pouca importância a esse ramo, inclusive dentro das escolas, onde os alunos são pouco estimulados, o governo, como reflexo da população, adotou severas medidas contrárias ao desenvolvimento científico, como corte de verbas. Diante disso, uma vez que o país passa a enfrentar o fenômeno geopolítico de "fuga de cérebros", ou seja, emigração de indivíduos com aptidões técnicas, percebe-se a necessidade de investir mais nesse meio.      Outrossim, vale ressaltar o contexto atual de imediatismo e insaciável busca por lucro como outros fatores que agravam a situação. Em decorrência do processo moroso e iterativo que a pesquisa científica representa, o retorno, o efeito desses estudos demoram mais tempo para serem percebidos e, por isso, a ciência, muitas vezes, deixa de ser vista como investimento. Tal fator pode ser ratificado pelo fato do governo ter cortado quase metade do orçamento destinado à ciência, por conta da atual crise econômica, segundo a revista "Estadão". Somado a isso, ainda faz-se presente o desenvolvimento a curto prazo de produtos apenas para atender lucro de empresas.      É notória, portanto, a relevância de fatores de cunho social e histórico na temática supracitada. Nesse viés, cabe ao Governo Federal o papel de sancionar nova lei que determine maior destinação de verba para a ciência e de bolsas de estudo para os jovens desenvolverem suas pesquisa. Ademais, é fundamental que a escola, em parceria com a mídia, promova maior engajamento dos alunos e da população acerca da importância desse setor e fomente maior participação do primeiro nesse ramo. Tal medida pode ser efetivada por meio de anúncios e propagandas nos principais meios de comunicação, bem como palestras de cientistas e trabalhos dinâmicos, como feiras de ciência nas instituições de ensino. Poder-se-á, assim, proporcionar melhor funcionamento e valorização da ciência, além de maior bem-estar geral, proposto por Durkheim.