Materiais:
Enviada em: 27/09/2018

A partir da década de 1970, a Coreia do Sul investiu massivamente em educação e tecnologia resultando num vertiginoso crescimento do país - fenômeno mais tarde conhecido como Milagre do Rio Han. No brasil, por outro lado, o exato oposto vem se tornando praxe nos últimos anos, indo na contramão de práticas de países desenvolvidos. Com efeito, sociedade e Estado devem agir para recolocar a nação no mapa da inovação.       Convém destacar, a princípio, o fato de que a pesquisa científica nunca foi prioridade nas agendas governamentais. Os investimentos em ciência, a exemplo, somaram apenas 0,37% dos gastos do governo em 2017 - dados da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Tal fato evidencia o profundo sucateamento desse importante setor o qual tem impacto direto em outras áreas de interesse primário como a saúde, além de servir como um dos principais índices para medir o desenvolvimento de um país. Destarte, o subinvestimento do Estado nessa área causa prejuízos indiretamente em tantos outros setores.       Outro aspecto a ser abordado, é o baixo prestígio que a ciência brasileira tem frente à população. Isso é decorrente, em grande parte, da incapacidade da maioria dos cidadãos em reconhecer os alcances e aplicações práticas da tecnologia. Para ilustrar, a descoberta dos nanocomponentes, no contexto da computação, ocorrida na 3ª Revolução Industrial, são empregados hoje em cirurgias, implantes e exames. E, mesmo sendo parte indispensável no cotidiano de todos, o fato de não ter reconhecimento popular ou estatal, coloca o Brasil em um tenebroso caminho de nunca pertencer ao mundo desenvolvido.       Urge, portanto, que todos os segmentos sociais e Estado ajam para reverter o quadro de desvalorização da ciência no Brasil. Para isso, o cidadão deve exigir maior investimento na área pressionando seus representantes eleitos. Ademais, se faz necessário a recriação do extinto Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para fomentar a pesquisa científica através de suporte financeiro a pesquisadores e a divulgação dos benefícios desses projetos em mídias televisivas e digitais a fim de mudar o ideário popular de que não há ganhos significativos com esses investimentos. Não somente, ao Ministério da Educação é pertinente a criação de programas para cooptar desde cedo um número maior de cientistas, trazendo, assim, o Brasil finalmente para à luz da ciência.