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Enviada em: 09/10/2018

No limiar do século XX, o padre Landell de Moura desenvolveu um dispositivo capaz de transmitir a voz humana por quilômetros de distância, o que seria mais tarde conhecido como rádio. Apesar de ser um dos pioneiros nessa descoberta, ao tentar convencer o governo brasileiro a financia-lo, foi severamente desacreditado e taxado de louco. Desiludido com a falta de apoio, abandonou a ciência e decidiu se dedicar exclusivamente à vida religiosa. Traçando-se um paralelo com a situação atual do Brasil, observa-se que mesmo após um século, a desvalorização da ciência ainda se configura um problema em nossa sociedade. Dessa forma, faz-se necessário um estudo sobre o problema e alternativas para combatê-lo.   Em primeira análise, evidencia-se que a falta de investimentos por parte do Estado no setor é um dos grandes desafios que influem na problemática. Tal fator é observado na política do governo atual, que em decorrência da crise econômica optou por congelar o investimento em diversos setores públicos essências para o desenvolvimento do país, incluindo a desconstrução do Ministério da Ciência, cortes em programas de pesquisas, como doutorado e mestrado e até a suspensão do programa educacional Ciências Sem Fronteiras. Tais medidas supressórias vão em contramão à medidas tomadas pelo países desenvolvidos do mundo, como Estados Unidos e China, que a cada vez mais investem em tecnologias e pesquisas como base para seu progresso e desenvolvimento.    Em segunda análise, é cabível enfatizar, o anti-intelectualismo como outro fator preponderante para corroboração da situação. Teorizado por diversos sociólogos, o anti-intelectualismo refere-se ao sentimento de hostilidade e menosprezamento em relação à intelectuais e seus objetos de pesquisa. De maneira análoga, diversos exemplos podem ser observados na sociedade brasileira, como no silêncio em torno da exclusão de disciplinas como filosofia, sociologia e artes no novo modelo de ensino médio, o descaso com a educação, consagrado nos congelamentos dos gastos públicos no setor e também na desvalorização dos professores que continuam a ganhar menos do que qualquer outro profissional com o mesmo grau de formação.   Infere-se, portanto, que medidas sejam tomadas para reverter essa situação. Desse forma, é imperativo que Governo Federal anule urgentemente o congelamento dos gastos públicos no setor da educação, além de restaurar o Ministério da Ciência e a partir das verbas arrecadadas pelo o Estado ,aumentar o investimento nessa área. Ademais, é importante que a mídia por meio de novelas, séries e documentários, mostre a importância da ciência e das pesquisas para o desenvolvimento de uma sociedade com o fito de estimular novos pensadores e causar a solidarização das pessoas com o tema.