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Enviada em: 11/10/2018

O Brasil vive um atual momento de crise econômica e os cortes orçamentários estão entre a pauta governamental para conter os gastos públicos. As áreas mais impactadas são referentes à educação, devido a um programa da elite para manter o povo subjugado, e isso é demonstrado no corte das bolsas de pesquisa nas universidades, indo de encontro ao que já foi feito no Brasil e está sendo desenvolvido em outros países.    Tendo em vista que a educação é o principal meio de ascensão social acessível para os mais pobres, a burguesia nacional sempre buscou desmantelar programas de governo incentivadores do ensino público de qualidade, para evitar que a distinção social pela instrução universitária, algo praticamente exclusivo para a elite durante séculos, seja perdida. Um exemplo claro foi a outorga da PEC 241, limitando o investimento em educação e mantendo o gasto em pesquisas científicas perto de 0,6% do PIB, algo inaceitável para um país desejoso de crescimento industrial e que irá sucatear as universidades públicas, onde são desenvolvidos os estudos.    Todavia, a expansão do ensino superior é extremamente positivo, pois, capacita profissionais para pesquisa e desenvolvimento (P&D), algo extremamente importante para a construção de uma economia industrializada. No Brasil, durante os anos 1930 e 1970 o Estado investiu pesadamente em P&D e com isso conseguiu, por exemplo, através da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) criar uma tecnologia capaz de corrigir o solo ácido do Cerrado, essencial para o plantio de soja mecanizada.    Ademais, é justamente pesquisa e desenvolvimento que os países de industrialização tardia, atualmente, estão se desenvolvendo. A Coréia do Sul possuí, atualmente diversas empresas de tecnologia, como a Samsung e a Hyundai, enquanto a China já é o segundo país com maior orçamento em P&D, e em poucos anos pode passar o Estados Unidos, primeiro colocado, de acordo com estimativas do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).    É necessário, portanto, que o investimento em pesquisa e desenvolvimento nas universidades volte a ser incentivado de duas formas: primeiramente, o Ministério da Educação deve ampliar o orçamento nacional nas universidades públicas e seus programas de acesso ao ensino superior, através do cancelamento da PEC 241 pelo Congresso, para que o Brasil possua cada vez mais profissionais no fomento a pesquisa científica. Em segundo lugar, é importante a  elevação do gasto na área para 3% do PIB (Produto Interno Bruto) através do Estado, melhorando assim o valor das bolsas e as condições de trabalho para os pesquisadores. Tudo isso é extremamente para tornar o Brasil uma nação soberana tecnologicamente.