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Enviada em: 16/10/2018

O físico de origem húngara Edward Teller ilustrou bem a produção técnico-científica com a máxima "a ciência de hoje é a tecnologia de amanhã". De fato, a humanidade foi amplamente beneficiada com as tecnologias advindas das ciências naturais e humanas desde a Revolução Científica. Embora seja inegável o papel do conhecimento científico para o progresso de um país, o Brasil, de encontro ao resto do mundo, tem reduzido seu orçamento para pesquisa e inovação, fato que acelera a fuga de cérebros e atrasa toda uma nação.                Primariamente, é necessário pontuar os impactos da desvalorização da pesquisa, inovação e desenvolvimento no Brasil nos últimos governos. Segundo o jornal Infomoney, após a fusão do Ministério da Ciência, Tencologia e Inovação, o MCTI, com o Ministério das Comunicações, o orçamento da produção científica para em torno 1% do Produto Interno Bruto. Desse modo, com investimentos tão baixos no setor, os brasileiros são postos em uma situação de desvantagem em relação a outros países que encontraram na ciência um caminho para o desenvolvimento rápido, como a Coreia do Sul.              De modo complementar, verifica-se também a saída de inúmeros cientistas brasileiros do país, que procuram em outras nações o que não encontraram em sua terra natal: incentivos à ciência. Tal fenômeno, conhecido como fuga de cérebros, além de não retornar os investimentos dedicados à formação desses profissionais, desacelera ainda mais o progresso científico brasileiro. Por isso, a medida em que se  reduz o orçamento do setores científico e tecnológico, mais difícil é reverter o desmantelamento do setor quaternário da economia, movido por pesquisadores e cientistas.             Em suma, ressalta-se o processo de desvalorização da produção científica em curso no Brasil, responsável por atrasar o desenvolvimento tecnológico do país. Para que seja revertida a situação crítica dos pesquisadores brasileiros, a União deve restaurar o MCTI e investir mais recursos nos "hubs", espaços tecnológicos onde empresas privadas buscam parcerias com universidades locais, de modo a garantir a sustentabilidade dos investimentos científicos. Além disso, as universidades devem combater a fuga de cérebros, distribuindo bolsas com condições melhores para estudantes que aceitarem estágios obrigatórios em território nacional. Dessa maneira, os brasileiros entenderão a lição de Edward Teller, e verão que o progresso tecnológico é inseparável da ciência.