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Enviada em: 23/10/2018

Em consonância com o Positivismo, corrente filosófica francesa, a ciência é a maior forma de conhecimento verdadeiro. Nesse sentido, a valorização e entendimento do conhecimento científico revela-se primordial no avanço de um país. Contudo, a inaceitável fragilidade de investimentos governamentais, bem como o desinteresse da população à ciência corrobora as contradições no desenvolvimento de uma sociedade, que necessita de transformação e uma maior organização.           Em uma primeira análise, é factível que a falta de políticas públicas de investimentos contribui para o desequilíbrio da ciência no Brasil. Nesse sentido, de acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é como um corpo biológico e necessita que todos os seus órgãos sejam funcionais para seu pleno desenvolvimento. Entretanto, a falta de recursos direcionados aos centros científicos, como o corte de 40% no orçamento do Ministério da Ciência, anunciado pelo governo federal em 2017, repercute, negativamente, no equilíbrio de uma sociedade, tendo em vista que áreas de pesquisas, como a medicina e as Ciências Agrárias, são comprometidas e fragilizam a prosperidade da nação. Assim, é indiscutível que a deplorável limitação de recursos potencializa a fragilidade no desenvolvimento de uma cultura acadêmica-científica no Brasil.        Outrossim, a não presença de entendimento científico observado entre a população é igualmente fator dessa realidade. Isso reflete, sobretudo, na incabível qualidade de ensino das ciências nas escolas, visto que é comum observar alunos estudando apenas com o conhecimento teórico, em detrimento de um contato prático com experimentos, o que dificulta a compreensão e valorização da ciência. Dessa maneira, quando o filósofo Lev Vygotsky afirma que a escola não deve se distanciar dos aspectos da vida social de seus participantes, notabiliza-se a necessidade de eixos de experiências científica de qualidade serem desenvolvidas no ensino básico.         É imperioso, portanto, que o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), juntamente ao Ministério da Educação e Cultura, priorize projetos de pesquisa-científica  nas instituições de ensino e espaços de divulgação em todo o país, por intermédio de museus, bibliotecas e parques ambientais, nos quais, com o auxílio da equipe pedagógica, os alunos tenham uma maior proximidade com esse meio, a fim de estimular desde a base do pensamento a sua curiosidade e maior desejo de aprender. A posteriori, cabe aos pesquisadores e jornalistas científicos priorizarem debates com setores de gestão governamental, sobre a importância da consolidação das pesquisas na ciência, com intuito de buscar projetos holísticos na concretização dessa. Enfim, poder-se-á ratificar o ideal positivista e tornar a ciência inerente ao progresso da humanidade.