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Enviada em: 01/11/2018

Valorizar para progredir       Basta analisar os sucessivos cortes no orçamento destinado à área científica para perceber que há, cada vez mais, uma desvalorização da ciência no Brasil - o que impede que a essência do conhecimento seja atingida, uma vez que, segundo Confúcio, "a essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído". Tal fato advém do descaso governamental para com a questão e do não reconhecimento, por parte do corpo social, político e midiático, dos benefícios, da importância e do potencial intrínseco à ciência em atingir diversas esferas da vida humana.       É possível, no decorrer da História, deparar-se com casos em que a ciência e a tecnologia estavam no centro das atenções. Nesse sentido, destaca-se a Guerra Fria, conflito que bipolarizou o mundo e apresentou um grande investimento em tecnologia e pesquisas, o que permitiu um grande avanço tecnológico, sobretudo, na indústria bélica - no entanto, diante da premência de fortalecer a economia, as tecnologias advindas desse ramo foram transmitidas às demais indústrias, permitindo, assim, o crescimento da nação e o surgimento de uma sociedade mais desenvolvida. É indubitável que o Brasil está na contramão de políticas como essa, uma vez que, segundo dados da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), apenas trinta e dois centavos de real, a cada cem reais gastos pelo governo federal, são destinados à ciência e tecnologia e ações como essa causam e incentivam a chamada fuga de cérebros, pois, muitos pesquisadores brasileiros buscam, em outros países, valorização e condições de trabalho.       Somado ao exposto, tem-se as duas tendências comportamentais da contemporaneidade que corroboram o não reconhecimento da ciência. Tais tendências, de acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, são o imediatismo e a superficialidade e, tendo em vista que o conhecimento científico é algo desenvolvido a longo prazo (por ser construído) e exige um aprofundamento no assunto a ser analisado, os estudos técnicos não se enquadram nesses quesitos. Assim, a mídia, ao dar pouca visibilidade às pesquisas tecnológicas e às importantes descobertas derivadas desse meio, fortalece essa cultura de não valorização da ciência.       Dessa forma, percebe-se a importância de reverter essa situação e promover a valorização e o avanço da ciência no Brasil. Logo, cabe à mídia, a divulgação, por meio de propaganda informativas, de grandes avanços brasileiros no mundo das pesquisas científicas e sua contribuição para a sociedade, a fim de que os cientistas brasileiros sejam valorizados e o Brasil reconhecido, cada vez mais, por suas produções científicas que visam atingir uma maior qualidade de vida e uma independência tecnológica.