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Enviada em: 27/12/2018

A ciência vem sendo, ao longo dos últimos anos, cada vez mais, desvalorizada pela sociedade e pelos governos, o que tem atingido os mais diversos setores, como transporte, comunicação, alimentação, saúde e, principalmente, educação. Esse problema, na esfera social, é sustentado pelo imediatismo e pela superficialidade, descritos por Zygmunt Bauman, e pela descrença nos fatos científicos, que geram o desincentivo governamental.     Em uma sociedade imediatista, a ciência, que compreende um processo lento e que rege trabalho e intensa dedicação, torna-se inviável aos olhos da população e do governo. Assim, em vista de sua imprescindibilidade, muitas vezes, a pesquisa e o trabalho científico são acelerados. Além disso, muitas vezes, ela é desenvolvida de maneira a visar objetivos superficiais e imediatos. Isso está minimizando a visão de sua importância e a transformando em algo frívolo e paralelo à realidade, para muitas pessoas.     Além de tudo, a descrença nos fatos científicos vem crescendo demasiadamente, ao longo do tempo. Dessa maneira, movimentos baseados em ideologias absurdas, como o Terraplanista, questionando, desde o formato da Terra, até a própria força gravitacional, têm se tornado cada vez mais recorrentes. Ainda, outro mais atual é o Movimento Antivacina, que tem acarretado o ressurgimento de epidemias e outras pestes, que já se encontravam, quase ou totalmente, erradicadas. Isso está dificultando intensamente o avanço da ciência. Uma vez que, sem profundas argumentações, seu trabalho desenvolvido por milênios vem sendo negado por boa parte da sociedade, juntamente às suas medidas para controle de pragas, avanços em educação e afins, às novas tecnologias e às suas técnicas.     Assim sendo, também ocorre o desincentivo governamental nesse setor, em que há a insuficiência das verbas direcionadas ao mesmo, e a propensão dessas a cortes em casos de necessidade. No Brasil, esses cortes de verba têm sido cada vez mais significativos, principalmente, desde 2010, quando os investimentos somavam R$ 10 bilhões, segundo a conselheira da SBPC. Sendo que, em 2017, essa soma era de R$ 2,8 bilhões, segundo documento do Diário Oficial da União (DOU). Essa quantia é irrisória, representando meros 20% do valor necessário, e sua tendência é prosseguir sendo reduzida.     Portanto, é necessário o governo aumentar seus investimentos em programas e institutos de pesquisa científica, bem como investir nos cursos de profissionalização, principalmente, graduação e pós-graduação. Ademais, é preciso que o mesmo abra programas instrucionais presenciais nesses cursos, buscando incentivar os possíveis futuros educadores a priorizarem o ensino dos fatos, ao invés das ideologias em suas áreas, bem como a desenvolverem ciência desafogadamente, em busca do conhecimento ou de atingir seus próprios objetivos.