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Enviada em: 16/01/2019

Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, observa-se na sociedade contemporânea que os indivíduos são regidos por duas grande tendências comportamentais: o imediatismo e o superficialismo. Nesse contexto, sendo a ciência um conhecimento constituído por um processo lento que exige intensa dedicação e empenho, tornaria-se inviável valorizá-la, especialmente em países como o Brasil, onde a ciência não tem sua importância reconhecida tanto pelo governo quanto pela população.   Inicialmente, deve-se ressaltar que a ciência é crucial para o desenvolvimento de um país, pois é a partir dela que ocorre a produção de novas tecnologias. No entanto, o desinteresse do Estado no setor, provocou a migração de profissionais de alto nível à outros países, processo conhecido como "fuga de cérebros". Nessa perspectiva, a evasão de capital humano compromete o desenvolvimento de tecnologia nacional, o que faz com que o País dependa de produtos produzidos no exterior.   Outrossim, a falta de divulgação dos avanços científicos protagonizados por profissionais brasileiros na sociedade, também constitui um dos principais fatores para a desvalorização da atividade no País. De acordo com pesquisas,  52% dos brasileiros gostariam de ter mais informações sobre a atividade, mas apenas 10% sabem citar o nome de um profissional do setor. Isso demonstra que o potencial de aprendizado é mal administrado pelo sistema educacional, que não apresenta a ciência como uma construção social e coletiva.   Fica evidente, portanto, que é preciso mudar a forma como a ciência é tratada no Brasil. Logo, faz-se necessário que o Estado, por meio das pastas ministeriais da educação e da ciência, estimule a pesquisa nacional com  a ampliação da concessão de bolsas acadêmicas, impedindo que os profissionais de alto nível saíam do País. Caberá também ao Estado, reformular o sistema educacional de modo que a atividade científica seja vista como um instrumento social capaz de transformar a realidade da população.