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Enviada em: 21/01/2019

Ciência no Brasil: futuro ameaçado                                                                    O progresso científico no Brasil está ameaçado por sucessivas políticas governamentais que não valorizam o relevante papel da ciência para o desenvolvimento de uma nação. Nesse sentido, os cortes de recursos do ministério dedicado à ciência comprometem o trabalho de diversas instituições de pesquisa e guiam o país rumo ao retrocesso. Assim, esse problema demanda solução imediata, a fim de permitir a continuidade dos avanços na área científica.       Em primeiro lugar, a conquista da comunidade científica com a criação do Ministério da Ciência e Tecnologia em 1985 foi mitigada pela sua fusão ao Ministério de Comunicações em 2016. Isso porque, com tal fusão, esperava-se um aumento do orçamento para garantir a execução dos projetos de ambas as pastas. Ao invés disso, as verbas foram reduzidas, colocando os setores de comunicações e ciência na contramão da evolução.        Além disso, o Estado tem enxugado os investimentos em pesquisa e inovação ao longo dos anos. De acordo com a Academia Brasileira de Ciências, houve corte de 44% nos recursos para 2017 e de 56% para o ano de 2018. Dessa forma, o valor previsto para 2018 foi de apenas 1,4 bilhão de reais – menos da metade do valor investido no ano de 2005, que foi de 3,2 bilhões. Logo, torna-se nítida a consolidação do atraso científico no Brasil, promovido por governos que insistem em relegar ao segundo plano uma área decisiva para o crescimento econômico.        Ademais, a História atesta que a maioria dos países desenvolvidos têm em comum o intensivo investimento em ciência, tecnologia e inovação. Assim, se o Brasil não investir em ciência e inovação hoje, ficará cada vez mais dependente da importação de produtos com alto valor agregado no futuro. Por conseguinte, o país nunca atingirá o patamar de nação desenvolvida.        Destarte, conclui-se que é mister eliminar as barreiras ao progresso da ciência no país, quais sejam, os baixos investimentos e sua desvalorização por parte dos governantes. Para tanto, cientistas e pesquisadores, reunidos sob a coordenação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) integrarão a campanha “Sem Ciência não há Futuro”, a qual consistirá de mensagens e vídeos divulgados nas redes sociais para facilitar a compreensão da ciência na vida das pessoas visando obter o apoio popular na luta pela priorização da ciência.    Em suma, referida campanha visa conscientizar os governantes de que os investimentos em ciência devem ser tidos como  verdadeiras políticas de Estado, para que vislumbrem o conhecimento científico como um importante instrumento na promoção de mudanças sociais e políticas numa sociedade.