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Enviada em: 18/04/2019

A Constituição Federal de 1988 - norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro - assegura a todos o desenvolvimento nacional. Entretanto, a desvalorização da ciência impede que a nação verde-amarela experimente esse direito na prática. Com efeito, é evidente um cenário desafiador seja pelo escasso investimento no campo de pesquisas, seja pelo ceticismo de parte da sociedade frente aos estudos científicos.        Em primeiro plano, a falta de suporte do Estado dificulta a realização da ciência no país. A esse respeito, o funcionamento deficitário dos centros de estudos, em virtude do investimento financeiro reduzido, não permite a realização satisfatória de pesquisas importantes, como o desenvolvimento de remédios. Tal realidade é comprovada a partir de dados estatísticos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC): de cada cem reais gastos atualmente pelo Governo Federal, apenas trinta e dois centavos são destinados à ciência e tecnologia. À vista disso, é válido ressaltar que a ciência é responsável pelo avanço da sociedade e da economia brasileira e, por isso deveria ser tratada com prioridade.Todavia, não é razoável que, o Brasil busque ser considerado Estado desenvolvido, mas seja negligente com o progresso científico.        De outro plano, o anti-intelectual ,ou seja, a oposição ao conhecimento científico, potencializa a desvalorização da ciência. Segundo a obra cinematográfica norte-americana "A Origem", a ideia é o vírus mais perigoso que existe. Não tão distante da ficção, ocorre de maneira análoga que ideologias céticas emergiram movimentos como "Terra Planista" e "anti-vacinação", todos sem base intelectual. Sob esse viés, nota-se que a falta de conhecimento sobre os avanços da ciência proporciona a ignorância e a superficialidade de muitos indivíduos em relação ao conhecimento intelectual. Essa linha de pensamento é perceptível pelas referências do Indicador de Letramento Científico de 2013: mais de 90 milhões de brasileiros são incapazes de interpretar termos e conceitos científicos básicos.        Urge, portanto, que o direito ao desenvolvimento nacional seja, de fato, garantido, como prevê a Carta Magna de 1988. Nesse sentido, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, por meio da concessão de bolsas, auxílios e proventos, deve investir em pesquisas e fornecer equipamentos aos centros de estudo, periodicamente, a fim de fortalecer o progresso científico no país. Ademais, as universidades, mediante palestras e discussões na mídias sociais, compete levantar debates acerca da importância da ciência para a educação, com o objetivo de orientar e instruir a sociedade civil. Dessa forma, a ciência negligenciada distanciar-se-á da realidade brasileira.