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Enviada em: 20/04/2019

Recentemente, o Governo Federal anunciou o congelamento de 42% das despesas de investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações(MCTIC). Essa determinação atesta o cenário de desprestígio da ciência no Brasil, em evidência nas últimas décadas, fato que afeta o progresso da nação. Tal panorama maléfico requer uma atuação mais contundente do poder público, a fim de amenizar o problema em questão.                                                    De fato, a ciência no Brasil é, muitas vezes, relegada situação que gera diversas consequências sociais, haja vista que o seu desprestígio limita os avanços em áreas essenciais ao bem-estar da população, como a saúde, beneficiada pelo desenvolvimento de novas vacinas e tratamentos contra doenças, e a sustentabilidade, por meio da viabilização do uso de recursos energéticos renováveis. Como resultado disso, o país, em geral, é prejudicado na medida em que há uma limitação ao progresso tecnológico e econômico dele, adquiridos por meio do incentivo ao setor de pesquisa e desenvolvimento. Dessa maneira, a desvalorização da ciência no Brasil confirma a ideia do renomado filósofo Sócrates de que "a vida sem ciência é uma espécie de morte".      Mesmo com a notabilidade dos efeitos gerados a a partir da desvalorização científica, alguns fatores explicam a persistência desse cenário no Brasil. Entre eles, destaca-se o insuficiente incentivo orçamentário, pelo poder público, aos órgãos relacionados ao ramo científico, conforme ocorreu com o recente congelamento de verbas do MCTIC e com a extinção do Programa Ciência sem Fronteiras, em 2017, o qual objetivava o incentivo, pela concessão de bolsas de estudo, para a iniciação científica. Isso potencializa o fenômeno da fuga de cérebros, em que cientistas brasileiros, impedidos de continuar seus trabalhos, buscam melhores oportunidades para sua carreira em países desenvolvidos, como os Estados Unidos.        Portanto, com o intuito de atenuar ou reverter o quadro de desvalorização da ciência no Brasil, é imprescindível que o Governo Federal promova um remanejamento de gastos públicos, mediante,por exemplo, a destinação de uma maior percentagem do Produto Interno Bruto, o qual favoreça o investimento no ramo de pesquisa e desenvolvimento, pois isso é essencial para o progresso nacional. Ademais, é importante que os cidadãos engajados no ramo científico, conscientes dessa realidade, exerçam pressão sobre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Informação, a fim de cobrar um maior incentivo orçamentário ao desenvolvimento de projetos nas universidades brasileiras, mediante o envio de ofícios direcionados às autoridades públicas, os quais esclareçam a necessidade de reduzir a fuga de cérebros no país.