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Enviada em: 22/03/2018

A Revista Nature publicou, em 2015, o quantitativo de publicações científicas de acordo com cada nação mundial. Apesar de se posicionar como a sexta economia global, o Brasil não se encontra entre as lideranças nas pesquisas acadêmicas. Nesse sentido, a discrepância entre economia e ciência revela que um escasso incentivo tem prejudicado o desenvolvimento científico no país.        Em primeiro plano, há uma subvalorização das experiências e atividades laboratoriais nas escolas. Algumas não têm laboratórios, enquanto outras limitam-se à repetição de experimentos padronizados. A esse respeito, os filósofos iluministas defendiam que o aprendizado partia de uma hipótese que deveria ser testada  e observada. Logo, a ausência ou subutilização de laboratórios em ambientes estudantis sugere uma educação básica que não fomenta a curiosidade e  a pesquisa.       De outra parte, não há suporte para os pesquisadores brasileiros. Nesse contexto, cientistas como Miguel Nicolelis e Suzana Herculano fazem parte de um movimento emigratório atual no Brasil. Outros grandes pesquisadores têm deixado o país, devido à lentidão e à burocracia para aquisição de equipamentos e insumos, cortes de verbas estatais e impossibilidade de sustento próprio. Assim, enquanto o baixo fomento a esses profissionais se mantiver, o país perderá a possibilidade de desenvolver novas grandes descobertas.       Dessa forma, é necessário incentivar a formação de cientistas, bem como prover a sua manutenção em território nacional. Para tal, cabe um maior investimento estatal de modo que, o Ministério da Educação implante laboratórios nas escolas públicas, além de capacitar professores para a prática científica inovadora e autônoma. Além disso, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, por meio de bolsas e proventos, deve garantir a estrutura e condições dignas de trabalho, a fim de evitar o êxodo científico. Tais medidas são importantes para que a desigualdade entre a economia e a ciência seja minimizada.