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Enviada em: 16/04/2018

Segundo o filósofo grego Sócrates: "A vida sem ciência é uma espécie de morte". Paralelamente a tal reflexão, percebe-se que a ciência atua no desenvolvimento da sociedade e da economia, em razão de potencializar os avanços na área tecnológica para solucionar problemas coletivos. Nesse sentido, tanto a desvalorização quanto a negligência sofrida pelo setor científico brasileiro ocasiona sucateamento dos laboratórios e dificulta a progressão dos estudos. Sendo assim, o irrisório investimento estatal em centros de pesquisa, assim como a ausência de valorização dos profissionais da área e de seus trabalhos são fatores que contribuem com o cenário de descaso científico.        Deve-se pontuar, de início, que a valorização da razão e da ciência surgiu com o Iluminismo no século XVIII e, desde então, o mundo passou a progredir de acordo com as descobertas científicas. Nessa perspectiva, nota-se que os países mais desenvolvidos são aqueles que investem em inovação e conhecimento científico. Assim sendo, a ausência de bons investimentos leva ao fenômeno da "fuga de cérebros", o qual se caracteriza pela saída de cientistas em direção aos países ricos para inciar, desenvolver ou concluir seus trabalhos. Mostra recente desse efeito é o caso da professora Suzana Herculano-Houzel, respeitada mundialmente por seu trabalho com Neurociência, e que está deixando a Universidade Federal do Rio de Janeiro para trabalhar em Vanderbilt University no Tennessee.       Por outro lado, uma das maiores causas de distanciamento entre a população e a comunidade científica é o grande número de cientistas que reservam pouco tempo para divulgar suas pesquisas, além da falta de instrução sobre a relevância da ciência nos ciclos estudantis. Nessa lógica, os trabalhos realizados por esses indivíduos não adquirem expressão e seus efeitos não são compreendidos, algo que direciona a um cenário de ignorância e descaso para com as pesquisas e inovações produzidas. Prova da cultura de negligência foi a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com a pasta de comunicações.       Em suma, faz-se necessário que o FUNDECT (Fundo de Apoio e Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia) promova os meios necessários ao desenvolvimento das atividades científicas. Isso poderia se concretizar por meio de parcerias público-privadas com empresas do ramo, a fim de angariar não só o financiamento das pesquisas, mas também suprir o déficit orçamentário do setor. Por fim, cabe ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento  Científico e Tecnológico), em parceria com escolas e universidades, criar mecanismos de incentivo às pesquisas, visto que não há a abordagem científica no nível básico e médio. Tal ação poderia se efetivar pela estruturação dos laboratórios com equipamentos e pela orientação sobre a importância da ciência no cotidiano da população.