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Enviada em: 15/04/2018

O Iluminismo – corrente filosófica oriunda do século XVII – propunha o domínio da razão sobre o teocentrismo, de modo a buscar a valorização à ciência. Paralelamente, na contemporaneidade, observa-se que o descrédito em relação ao campo científico no território brasileiro vai de encontro aos princípios iluministas. Nesse contexto, a inobservância governamental e o lento pensamento coletivo tornam-se relevantes elementos para a problemática, o que configura um grave obstáculo social.       Em primeiro plano, a Constituição Federal de 1988 determina ao Estado o incentivo ao desenvolvimento científico. Apesar disso, a esfera tecnológica não experimenta esse direito na prática. Dentro dessa lógica, diversos pesquisadores, mediante a complexidade de seus estudos, destinam-se ao Poder Público a fim de obter estímulos de capital para suas pesquisas, porém tais estímulos são limitados ou, por diversas vezes, inexistentes. Como resultado, tal insuficiência promove a evasão dos cientistas para outros territórios, o que acaba por comprometer, desse modo, a reputação do Brasil no âmbito técnico-científico internacional.       De outra parte, é relevante observar a carência de uma mentalidade social no tocante ao apoio da ciência nacional. Posto isso, Pierre Bordieu afirma que a sociedade incorpora uma determinada estrutura social, de modo a naturalizá-la e reproduzi-la. Sob tal ótica, é importante salientar que as universidades – principais centros de pesquisa – e a comunidade devem construir laços amplos com o objetivo de estabelecer relações mútuas, todavia essa prática não é vivenciada, de fato. Por conseguinte, com o passar dos anos, a interação universidade-comunidade foi banalizada e, subsequentemente, naturalizada e reproduzida, o que acabou por colaborar com a desvalorização da ciência pela massa.       Portanto, o desprestígio do âmbito técnico-científico representa um mal para a sociedade e, sendo assim, medidas são imperativas a fim de mitigar a questão. Nessa perspectiva, cabe ao Ministério da Ciência e da Tecnologia promover ações de incentivo à ciência por meio da criação de um código nacional no qual priorize o estímulo de capitais destinados ao desenvolvimento científico, com o fito de potencializar tal desenvolvimento, de fato. Ademais, as universidades devem oferecer palestras com pesquisadores, por intermédio de projetos de extensão, com o intuito de conscientizar a população em relação à ciência e expor suas contribuições no cotidiano, efetivamente. Só assim será possível, pois, ao Brasil alcançar os pilares de valorização à ciência, conforme previa o Iluminismo.