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Enviada em: 30/07/2019

Em "Orange is The New Black", série sobre o cotidiano de prisioneiras nos Estados Unidos, detentas praticam atividades educativas, como clubes de leitura, aulas regulares e até acesso à biblioteca, a fim de serem realocadas na sociedade. A situação exposta é observada no cenário brasileiro, tanto por meio de ações governamentais como pela conscientização da parcela livre da sociedade.          Nesse contexto, pode-se inferir que o problema em questão não se trata de algo pontual, tendo em vista que a situação dentro de instituições de segurança acaba por refletir no âmbito civil, uma vez que detentos libertos voltam a fazer parte da sociedade. Uma vez soltos, carregam consigo o desafio de se reerguerem em um contexto discriminatório, pelo fato de o mercado de trabalho tender a excluir candidatos com histórico criminoso. Seguindo a corrente, esses indivíduos permanecem marginalizados e, sem alternativas, voltam à antiga vida, contribuindo com um ciclo autodestrutivo.         Consoante a dados da Ação Educativa, pesquisas realizadas em 2014 revelam que cerca de 90% das pessoas privadas de liberdade gostariam da chance de aderir aos estudos, como forma de se realocarem no ambiente social. Entretanto, tanto a mídia como a imprensa generalizam a imagem de detentos sem perspectivas de futuro, o que induz na sociedade uma visão deturpada de que esse grupo social não merece e nem deseja tais “privilégios”. Com isso, o sistema carcerário, apoiado na inércia da população, não adota as devidas medidas educacionais, as quais não são vistas como prioridades.                    Diante do fato de que a educação de detentos é um cenário real no país, vale ressaltar a necessidade de se cristalizar essa realidade. De maneira mais específica, é vital que o Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Justiça, promova a realização de projetos educativos, em que professores e graduandos ofereçam aulas regulares aos detentos, com o intuito de reintroduzi-los no ambiente de ensino, por intermédio de provas e cursos com certificação. Nessas nuances, é importante que Recursos Humanos promovam a parceria com empresas privadas, visando estágios e primeiros empregos aos recém libertados, colaborando tanto com a realocação desses indivíduos como com a economia do país, devido aos novos empregos.