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Enviada em: 27/05/2017

Futuro sem grades     "As grades do condomínio são pra trazer proteção, mas também trazem a dúvida se é você que tá nessa prisão." O trecho de uma famosa música brasileira, infelizmente, caracteriza com inegável exatidão a assustadora realidade brasileira. De fato, os meios midiáticos retratam diariamente a violência brutal que assola o país. Não obstante, o sistema prisional padece com superlotações e condições desumanas de habitação. Desse modo, faz-se necessário desenvolver medidas para tornar realidade o propósito das prisões: reabilitar e reintegrar.     Notoriamente, o Brasil detém a quarta maior população carcerária do mundo, segundo dados do Ministério da Justiça. Além disso, o sistema penitenciário do país é um dos que apresenta maior taxa de reincidência. Aterradores 70% dos encarcerados voltam a cometer crimes após o cumprimento da pena. Assim, é fácil perceber a incoerência dos presídios, que penam com péssimas condições e o preconceito na ressocialização de ex-detentos.   Entretanto, países que reformularam seus modelos de detenção conseguiram diminuir o nível de encarceramento e garantir tratamento mais humano aos condenados. A exemplo, a Noruega que apostou em casas de adaptação, possibilitando atividades educativas e profissionalizantes, já reflete uma das mais baixas taxas de reincidência do mundo. Afinal, a educação é a principal ferramenta de inclusão e perspectiva de futuro.     A partir do exposto, torna-se evidente a viabilidade e a importância da educação como meio de ressocialização. Logo, o amparo constitucional, que já garante a diminuição de penas para detentos que frequentam aulas dentro da prisão, pode contar com mecanismos que ratifiquem a continuação do processo após a liberdade dos indivíduos. Psicólogos e órgãos públicos podem auxiliar na busca por empregos ou inserção no ensino superior. Sem dúvida, a educação é a chave para um futuro sem grades.