Materiais:
Enviada em: 26/05/2017

A educação é um conjunto sistemático de métodos que visam internalizar no indivíduo, todos aqueles conhecimentos básicos e imprescindíveis para se viver harmonicamente em sociedade. Dessa forma, é na realidade, por definição, o melhor meio de ressocializar detentos que, em sua maioria, são pessoas marginalizadas e de baixa renda, as quais não puderam ser adequadamente imersas em uma formação de qualidade.       Primeiramente, é fato: o ensino tem participação direta nas possibilidades de inserção de alguém no mercado de trabalho. Este, por sua vez, tornou-se extremamente exigente na contemporaneidade, e quem não teve acesso a uma escolarização digna, fica para trás em quesitos competitivos. Por isso, é notório que para alguns, vislumbrar o crime como meio de estabelecer-se financeiramente de maneira rápida e fácil, aparenta ser a única alternativa viável. É por esse e outros motivos que o filósofo Sêneca é capaz de revelar o ponto nevrálgico da questão quando assevera que ''a educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida''.       Destarte, o modo como opera atualmente o sistema penitenciário brasileiro é um verdadeiro empecilho para a ressocialização do apenado. Isso porque está intrínseco, não apenas na mente dos gestores da segurança pública, mas também na da população em geral, de que a melhor forma de se discipliná-lo é através de castigos físicos, aumento de penas e o privar de outros direitos além do de liberdade, tal traço que torna-se irrefutável ao analisar que só cerca de 10% dos detentos do país possuem acesso ao ensino dentro das cadeias.       Entende-se, portanto, que para reintroduzir o preso na sociedade, é imperioso que o governo estadual - em consonância com o federal, se necessário - crie mais métodos e intensifique os já existentes que possuam como escopo fazerem os detentos trabalharem e estudarem conteúdos dos mais diversos enquanto cumprem suas penas. Tudo isso, recompensando-os com a diminuição delas, para que desse modo, não mais se tornem reincidentes criminais como acontece comumente na hodiernidade, mas sim cidadãos com plenos direitos, condição que lhes é devida pelo próprio fato de serem indivíduos.