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Enviada em: 02/07/2017

Abandonados pela família, pelo Estado e, por fim, pela sociedade. Essa é a atual situação de grande parte da população carcerária do Brasil. Presos, de diversas origens e idades, ao adquirirem a liberdade se encontram diante de um enorme desafio: “E agora, o que fazer? ”. Depois de anos abandonados em verdadeiras masmorras, não espanta o fato de que 70% escolha o mesmo caminho de antes: o crime. Educar para ressocializar é a única maneira de mudar este cenário.        É espantoso o fato de que a população, vivendo trancada atrás de grades e muros de condomínios, ainda não tenha reconhecido que o atual sistema de prender e abandonar falhou. Pelo contrário, muitos ainda acreditam que o infrator nada merece e que o Estado deva gastar a menor quantia de recursos possível com seus tutelados. Não percebem, porém, que ao final da pena, a grande maioria dos infratores retornará para lhes manter refém em suas próprias casas.        Diante disso, é fundamental reconhecer que a estratégia falha precisa ser mudada. O preso necessita receber educação formal, social e profissional para que, ao adquirir uma expectativa de futuro melhor, reconheça que tem muito a perder se retornar ao crime. Em se concretizando, tal futuro melhor ultrapassa a individualidade de seu detentor, e espalha consequências positivas para toda a sociedade.        Dessa maneira, é importante que os mais diversos atores sociais assumam suas responsabilidades. O governo, em grave crise financeira, poderia adotar a prática do ensino à distância: maior público a um menor custo, além de menor risco de contato com infratores ainda no início do processo de ressocialização. Já as empresas e os indivíduos precisam derrubar estigmas e preconceitos com os egressos do sistema prisional, para que esses recebam oportunidades de emprego e não necessitem retornar ao crime para se sustentar. Quem sabe assim, numa política mais humanista e solidária, consigamos recuperar indivíduos antes tidos como perdidos e, em consequência, diminuir a criminalidade.