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Enviada em: 17/08/2017

Ainda há tempo       "Primeiro levaram os negros, mas não me importei, porque eu não era negro". A composição do escritor Bertold Brecht, permite refletir acerca da dificuldade de exercício da empatia na contemporaneidade. Assim, muitos cidadãos, assumem o posicionamento individualista da exclusão de pessoas criminalizadas do convívio coletivo, deixando de perceber que a real solução do problema da violência passa pela educação.       A priori, é importante ressaltar a confusão por parte de parcelas mais conservadoras da sociedade de justiça com vingança. Nesse sentido, o revanchismo em relação aos praticantes de crimes impede que a sociedade perceba a educação nas penitenciárias como medida necessária à redução dos índices de violência. Sob essa mesma ótica, a educação é um direito social assegurado, no artigo 6º da Constituição Cidadã de 1988, a todos os brasileiros e tem o condão de desenvolver nos indivíduos raciocínio crítico e desejo de realizar escolhas melhores, que não os levem de volta ao mundo do crime, o que acaba por beneficiar a coletividade.       Ademais, proporcionar acesso ao trabalho durante o encarceramento pode, não só auxiliar os ex detentos em sua ressocialização, mas também ajudar a pagar os gastos públicos oriundos de sua pena. Dessa maneira, programas governamentais, como o PRONATEC, podem propiciar os conhecimentos necessários para o exercício de atividades produtivas. E, essas riquezas, podem de forma análoga à relação ecológica de cooperação se reverter em benefício dos presos e da sociedade.       Por fim, percebe-se a educação ressocializadora como realidade benéfica a toda a coletividade. Para concretizar tal cenário, o Presidente da República deve criar programas de formação técnica e aproveitamento dos presos em trabalho fabril. Conjuntamente, as Secretarias Estaduais de Educação podem aumentar o número de professores de educação básica nas prisões. Pois, nas palavras do Rapper Criolo, "as pessoas não são más, elas só estão perdidas, ainda há tempo."