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Enviada em: 27/09/2017

“Não deverão gerar filhos quem não quer dar-se o trabalho de cria-los e educa-los”. No entanto, indo de encontro à máxima de Platão, o Estado brasileiro tem falhado lamentavelmente tanto na educação de sua população livre, quanto em sua população carcerária. Dessa maneira, a ressocialização dos detentos se apresenta como uma inquietante problemática que vem tentando ser resolvida por meio de medidas educativas que, até o momento, não têm sido reais e efetivas.   Segundo Sócrates, o conhecimento de si mesmo implica o conhecimento de nossas ações, desejos e de nossa vida moral. De maneira análoga, observa-se que a educação tem papel fundamental na formação da razão e na capacidade de ação racional, ou seja, no auxílio do autoconhecimento que pode levar a prática do bem. Além disso, o ensino profissional nos presídios pode apresentá-los, jovens ou adultos, a novas perspectivas não antes consideradas sobre o futuro longe da criminalidade  Outrossim, cabe salientar que, mesmo sendo um grande avanço a implementação de uma lei que determina a oferta de educação básica e profissional em todas as unidades prisionais, cerca de 40% dos presídios no país não tem sequer salas de aula. Tal descumprimento está associado a outro problema grave no Brasil: a falta de infraestruturas adequadas. Ademais, a ideia de que a educação é um privilégio e que os presos não a merecem é assumida por grande parcela da sociedade, o que possivelmente está relacionado as enormes taxas de reincidentes no país.   Infere-se, portanto, que a educação dos presos é parte fundamental da interação e integração social dos mesmos. Logo, o cumprimento da Lei 12.245 e a sua fiscalização efetiva por parte de agentes de segurança e professores da rede pública podem ser eficazes. Ademais, as instituições religiosas aliadas as ONG’s podem agir de forma a incentivar seus fiéis a tornarem-se voluntários no Sistema Prisional, até mesmo no ensino de cursos de gastronomia, artesanato e outras atividades. Por fim, a mídia deve promover o tema por meio de propagandas e ficções engajadas, desmistificando a marginalização de ex-detentos e também promovendo uma consciência mais inclusiva da população. Assim, a pátria brasileira poderá assegurar necessidades inquestionáveis: a educação e uma vida digna a todos os seus filhos, sem distinção.