Materiais:
Enviada em: 02/02/2018

O filme Nise - O Coração da Loucura, retrata a falta de apoio que a psiquiatra Nise enfrentou, na década de 40, para inserir a educação recreativa no tratamento de seus pacientes. Depois de quase um século, o Brasil continua aderindo aos métodos de violência e coação dos antigos manicômios. Porém, desta vez, esses atos desumanos são aplicado nos presídios, onde a aquisição de conhecimento como solução para a criminalidade e superlotação das cadeias está sendo cada vez mais negligenciada. Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (INFOPEN), mais da metade dos detentos não completaram sequer o ensino fundamental, o que enfatiza que a principal causa de tantas detenções no Brasil é a pobreza ocasionada pela precariedade educacional da nação. Logo, seria utópico afirmar que  já é possível oferecer uma educação excelente para os criminosos, se nem mesmo para os cidadãos livres esse direito tem sido cumprido com excelência. No entanto, o déficit da educação brasileira não é justificativa para restringir o ensino escolar dos detentos, já que seria incoerente tentar reabilitá-los para o convívio social em um local desumano e repleto de violência, onde usam todo o tempo livre para aperfeiçoarem seus crimes e facções. Todavia, em meio à escassez de atenção para a péssima situação presidiária do país, o Ministério de Educação e Cultura (MEC) fez uma doação de 40 bibliotecas para os cárceres nacionais, provando que é possível reverter, aos poucos, a falta de acesso ao conhecimento presente na maioria das prisões do Brasil. No entanto, a população insiste em afirmar que é inútil dar educação aos presos, pois pensam que eles jamais dariam credibilidade aos professores. Contudo, uma pesquisa da Ação Educativa comprovou que aproximadamente  90% dos penitentes  têm interesse em estudar. Sendo assim, as leis referentes à obrigatoriedade da existência de salas de aulas nos presídios está deixando de ser cumprida por irresponsabilidade das autoridades envolvidas nessa causa. É essencial, portanto, que, por meio do MEC e das comunidades escolares, a base educacional brasileira seja urgentemente fortalecida com projetos de oposição à criminalidade, como palestras, workshops e momentos recreativos em que o foco esteja na importância dos alunos persistirem nos estudos para que não passem pela experiência de ter aulas "atrás das grades". Além disso, é importante que todas as leis cujo objetivo é inserir a educação nos presídios sejam fiscalizadas pelo governo, para que as pessoas responsáveis pelos presídios sejam mais zelosos com todas as normas presidiárias que visam efetivar os Direitos Humanos. É indispensável, ainda, que todos os setores midiáticos se mobilizem a fim de fazer com que a sociedade apoie o investimento educacional nos cárceres e entenda isso como o começo de um avanço social que tornará o país mais pacífico.