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Enviada em: 24/10/2018

Nos anos 60, o educador Paulo Freire desenvolveu um sistema de ensino voltado ao público adulto, o qual visava acabar com as taxas elevadas de analfabetismo no Brasil. Com isso, a população foi muito favorecida, pois esse método proporcionou  ao cidadão aprender a relação da palavra com seu significado em determinado contexto. Nesse aspecto, é evidente que a educação é um ótimo veículo de mudança social, mas seu valor não tem sido reconhecido na contemporaneidade.        É sabido, em primeiro lugar, que a escola é um importante espaço de interação. Os conhecimentos adquiridos em sala ultrapassam o campo pedagógico, sendo assim, os debates, intermediados pelo professor, podem estimular exacerbadamente o estudante a refletir sobre a sua atuação em sociedade. Por  conseguinte, se temas como "o culto ao corpo" forem discutidos nesse ambiente a fim de desnaturalizar padrões de beleza, por exemplo, o colégio também atuará desconstruindo estereótipos e incitando o senso crítico, consequentemente, essa ação contribuiria positivamente para o desenvolvimento pessoal. Porém, a profissão docente ainda é desvalorizada, o que acaba desmotivando-os a elaborarem novos métodos de ensino.        Ademais, os cortes públicos na educação prejudicam o poder transformador dessas instituições.  Em 2016, a proposta de emenda constitucional (PEC) 241, propôs o congelamento dos gastos públicos na área educacional por vinte anos, apesar de as escolas e as universidades sofrerem, há anos, com a falta de verba e o sucateamento estrutural. Essas restrições afetam não só a qualidade do ensino, como também, atingem as populações mais carentes, pois esses investimentos são uma das engrenagens para diminuir a desigualdade social brasileira. Ratificando, assim, a ideia de Immanuel Kant: "o homem é aquilo que a educação faz dele".      É imprescindível, portanto, a valorização da educação como ferramenta de transformação social. Para isso, o Governo deve promover o reconhecimento dos professores, aumentando seus salários e, junto ao Ministério da Educação, fornecer novos cursos para o aprimoramento profissional, visando, dessa forma, motivar os docentes a trazerem novidades para o âmbito escolar. Além disso, é crucial a participação popular para cobrar uma atuação mais democrática das reformas sociopolíticas, visto que os investimentos na educação são necessários para oferecer um ensino de qualidade, que é um direito assegurado pela constituição de 1998. Só assim, a educação potencializará os indivíduos a exercerem a sua cidadania e prezarem pelo bem-estar social.