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Enviada em: 14/02/2019

"Merli" é um seriado transmitido pelo Netflix, cujo protoganista principal é professor de filosofia. A princípio, sua disciplina fora menosprezada pela comunidade acadêmica, mas tal mestre lecionou tão bem que cativou o interesse dos alunos; e isso denotou a essência do processo educativo, pois se uniu o ensinar com o aprender e se desenvolveu aquela sociedade por meio da educação. Todavia, essa forma de ensino inexiste no Brasil.       De fato, têm-se aqui a equivocada ideia de que o ensino escolar deveria ser uma sala de aula composta de uniformizados alunos, os quais receberiam conhecimentos goela abaixo, com eventuais palmatórias aos transgressores. No final, assim poderíamos descrever a cena escolar: de um lado, alunos ardidos por andar lá fora, como Pilar (em "Conto de Escola" de Machado de Assis); de outro, um monólogo do mestre com palavras ao vento, que continua "estocado" na cabeça dos seus discentes.       Aliás, esta equivocada noção de ensino restou superada com as Revoluções Industriais. Ou seja, o ensino verborrágico doutrinante deixou de ser a única fonte de conhecimento, principalmente com o advento da internet, o que retirou ainda mais o interesse dos alunos nas salas de aula. Ao mesmo tempo, as escolas perderam o foco, vez que tiveram de se adaptar e encampar outros valores, como as funções sociais de segurança pública (contra as drogas) e de assistência social (distribuindo leite em pó).       Portanto, se é desejo do brasileiro ver a sociedade progredir, é de rigor que o Ministério da Educação reveja as Políticas Educacionais brasileiras,  de modo a se adequar à realidade. Primeiro, é necessário dar autonomia aos professores, posto que, dessa forma, poderão usar melhor suas potencialidades e, caso queiram, lecionarão o conteúdo programático fora de sala de aula (em indústrias, comércios, fazendas, museus, zoológicos ou parques ecológicos). Desse modo, haverá dinamização do ensino, com alunos interessados na realidade, que é diferente do que antes era muito mal desenhado no quadro negro. Caso contrário, ficaremos à deriva, com nossos cidadãos dizendo em respeito à Sócrates: "Só sei que nada sei."