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Enviada em: 19/06/2019

Anísio Teixeira, em sua obra ''Educação no Brasil'', descreve uma distopia na qual relata a crise educacional do país, devido a má infraestrutura e descaso do poder público. Entretanto, por ser um relato analista, o livro parece refletir, em parte, a realidade atual, uma vez que os fatores dessa problemática estão relacionados com a falta de investimentos e imparcialidade governamental ao não assegurar o indivíduo. Dessa modo, medidas sociopolíticas devem ser debatidas e compreendidas.       Nessa circunstância, a educação de senso crítico é o fator principal nas transformações sociais de um país. Hoje, ocupando uma boa posição na economia mundial, seria racional acreditar que o Brasil possui um sistema de ensino eficiente. Contudo, a realidade é justamente o oposto, e esse contraste de desenvoltura é refletido na população. Sob esse âmbito, segundo o site UOL, justifica-se a realidade da falta de investimentos, já que apenas 4,5% das escolas públicas têm infraestrutura completa. Dessa forma, uma analogia com a educação libertadora proposta por Paulo Freire torna-se possível, uma vez que defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e em seguida libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado, o desamparo.        Outrossim, ainda que a Constituição Cidadã assegure direitos imprescindíveis, faz-se primordial a fiscalização por parte das camadas sociais para um cumprimento efetivo de sua real função. Uma justificativa para esse policiamento é a cautela para que acontecimentos como o da Ditadura Militar, no século XX, não resulte na manipulação da liberdade, devido ao restrito acesso ao conhecimento. Nesse sentido, consoante o filósofo John Locke, não é dever do Estado proteger o cidadão do mal causado a si mesmo, e sim defendê-lo do que possam fazer contra ele, visto que negar o dever da manutenção ao bem-estar é, de fato, direcionar o gerenciamento à negligência. Dessa maneira, urge a necessidade de maior autonomia ao povo para que o aparato estatal não seja um propulsor do descaso.       Convém, portanto, medidas para reverter tal situação. Desse modo, é preciso da atuação mútua entre Estado, educação e população. A esfera maior, por meio da sua autonomia, deverá investir na formação do indivíduo, criando melhor infraestrutura e valorizando os docentes ao conceder emancipação para lidarem com os conteúdos de forma didática. É imprescindível também, que a escola ofereça uma disciplina reflexiva, por intermédio de sua inclusão na Base Comum Curricular, causando um importante impacto na construção coletiva. E a sociedade, por fim, necessita tomar conhecimento dessa problemática através de pesquisas autônomas para tornar-se o órgão regulador do meio. Assim, o problema narrado por Anísio Teixeira será revertido ao encontrar na educação o remodelamento essencial para os problemas sociais.