Enviada em: 27/07/2019

O educador e filósofo brasileiro Paulo Freire afirmou que a educação muda as pessoas, que são as responsáveis por transformar o mundo. Nesse contexto, é evidente que os indivíduos condicionam a sociedade mediante a educação, pois é por meio dela que há a formação de cidadãos mais críticos e participativos das questões sociais. Contudo, as escolas, com o seu papel de propagação do conhecimento, apresentam muitos impasses para exercer sua função, como a adaptação às tecnologias e a dispersão dos alunos.   É preciso considerar, antes de tudo, que as tecnologias são importantes ferramentas para a educação e, consequentemente, para as mudanças na sociedade. Sendo assim, com a sua implantação nas escolas, os alunos teriam um maior interesse no aprendizado, visto que os conteúdos seriam ensinados com uma linguagem mais próxima a deles. Todavia, como dito por Pierre Lévy, filósofo e sociólogo francês, "toda nova tecnologia cria seus excluídos". Dessa forma, as escolas apresentam dificuldades em se adaptar às tecnologias em virtude de fatores socioeconômicos, por não conterem recursos suficientes, e socioculturais, em que os professores não possuem conhecimento da sua utilização.   Outrossim, a falta de comprometimento dos alunos com o aprendizado é um problema para a efetivação da educação. À vista disso, Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, relata que a sociedade está vivendo, atualmente, nos "tempos líquidos", que se caracterizam pelo imediatismo. Sob tal ótica, os alunos não dispõem de uma visão a longo prazo, o que possibilita que eles não se concentrem nas aulas. Por esse motivo, o espaço monótono está diretamente ligado à falta de engajamento dos jovens nos estudos, pois eles estão acostumados ao dinamismo da contemporaneidade.   Fica claro, portanto, que a educação pode causar mudanças na sociedade e que é imperioso a necessidade de medidas. Destarte, o MEC deve garantir que haja a implantação das tecnologias nas instituições de ensino. Para isso, ele poderia investir em cursos online, que seriam disponibilizados gratuitamente para os professores da rede pública e privada e que abordariam, de forma pedagógica, o uso da tecnologia na sala de aula, facultando a adaptação dos educadores às tecnologias. O Ministério da Educação deve, ainda, juntamente com ONG's defensoras da educação, realizar discussões mensais nas escolas com o intuito de promover o desenvolvimento da visão a longo prazo dos jovens, que acarretaria a diminuição da dispersão dos alunos e um espaço menos monótono. Por conseguinte, o que foi dito por Paulo Freire iria acontecer com mais frequência, visto que os impasses para a efetivação da educação seriam reduzidos.