Materiais:
Enviada em: 16/05/2017

Procuram-se estudantes    Falta de perspectiva: essa expressão pode resumir a ideologia de vida de uma pessoa sem educação. No Brasil, o qual é marcado por profundas disparidades, constata-se essa infeliz realidade, que é confirmada pela liderança do país nos índices de evasão escolar dentro do Mercosul. Com isso, o ambiente se tornou propício para o surgimento da problemática da ineficácia da escola como veículo de mudança social que se encontra intrinsecamente ligada à realidade brasileira e se mostra consideravelmente nociva à vida em grupo.      É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estão entre as causas do problema. De acordo com o artigo 5° da Carta Magna, todos os indivíduos são iguais perante à lei, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de assegurar a inviolabilidade de tal princípio isonômico, incluindo o direito à educação. O que se nota, pois, na contemporaneidade, é a inoperância desse direito constitucional, haja vista que não há a promoção, em larga escala, de uma estrutura que incentive o aprendizado, impedindo a escola de cumprir uma de suas funções básicas: impulsionar modificações na sociedade.       Outrossim, destaca-se a importância da participação domiciliar no complemento do papel social da escola. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, dotada de coercitividade, generalidade e exterioridade. Ao seguir essa linha de raciocínio, observa-se que a ausência da educação familiar se encaixa na teoria do sociólogo, uma vez que, se uma criança reside em um lar sem estímulo para que forme sua criticidade, tende a perpetuar o senso comum por conta do tipo de socialização a qual está submetida. Assim, o jovem dificilmente se enxergará como um potencial indivíduo modificador do meio em que está inserido, sendo, constantemente, telespectador da própria realidade.       Torna-se perceptível, por conseguinte, que o cumprimento parcial da função social da escola é fruto da ainda fraca eficácia das leis e da falta de incentivo familiar como intenso fato social. Logo, para modificar esse cenário, o Governo Federal deve investir tanto na melhor capacitação dos professores com cursos e palestras especializadas, quanto em formas alternativas de ensino, como aulas interativas e trabalhos que visem à reflexão. Ademais, é fundamental que os pais valorizem a educação como um meio para estabilidade financeira e intelectual e transmitam esse pensamento para seus filhos. Dessa forma, com base na máxima de Immanuel Kant: "o homem é aquilo que a educação faz dele", esse fato social poderá ser gradativamente minimizado.