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Enviada em: 29/09/2017

Para Paulo Freire, o mais notável educador brasileiro, aprender é um ato revolucionário e, por meio da educação, o indivíduo passa a ter consciência da própria condição histórica, bem como da sua capacidade de transformar o mundo a sua volta. Entretanto, o Estado, ao não assegurar, em grande parte do território, uma educação de qualidade e emancipadora, impossibilita a evolução intelectual da população.         Diante disso, ressalta-se, num primeiro momento, a visão crítica do mundo e a compreensão da realidade social e política proporcionadas pela leitura, uma vez que estimula processos cognitivos relacionados à mudança comportamental e à conduta ética. Ademais, a evolução socioeconômica e cultural se dá a partir do conhecimento e do acesso às informações. Dessa forma, o estudo tem influência direta na ascensão profissional do indivíduo e, por isso, se constitui como fator fundamental para a mobilidade social.         Todavia, deve-se enfatizar a atual situação infraestrutural da maior parte dos centros educacionais, onde itens básicos estabelecidos pelo Plano Nacional de Educação - Lei nº 13.005/2014 - não são implantados, causando desconforto para alunos e professores, bem como contribuindo para maiores índices de evasão escolar, visto que uma estrutura sólida implica no interesse dos discentes. Ainda convém lembrar o modelo de aprendizado seguido pela maioria das escolas, as quais reconhecem a educação como um ato unilateral, tratando o educador como o único a deter conhecimento e, por outro lado, abordando o educando como um ser passivo sem nenhum discernimento. Por consequência, a escola limita a atuação crítica dos alunos, conformando-os a atual realidade. Não obstante, o acesso à educação por muitos brasileiros ainda é um desafio e, dentre os fatores perpetuadores desta desigualdade, cita-se a pobreza e o isolamento geográfico. Nesse sentido, a taxa de analfabetismo é bem mais acentuada em regiões menos desenvolvidas e nas zonas rurais.         Portanto, cabe às Secretarias de Educações estaduais e municipais direcionarem verbas para a reestruturação física de escolas, priorizando o acesso à água tratada, esgoto sanitário, quadras esportivas e salas adaptadas, a fim de assegurarem um ambiente de qualidade aos alunos e, assim, fomentarem o aprendizado. Além disso, compete ao Ministério da Educação, por meio do direcionamento dos royalties do petróleo, construir escolas em áreas rurais e periféricas, assegurando o acesso universal à escola por toda a população e diminuindo a desigualdade. Ademais, concerne aos professores, a partir de aulas interativas e debates, garantir a participação ativa dos alunos e, assim, despertar a consciência desses para tomada de atitude frente às problemáticas atuais.