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Enviada em: 08/04/2018

Quando questionada porque seguira a profissão de educadora, Andrea Ramal respondeu que vê a escola como um instrumento de mudança social, principalmente a pública. "O aluno já chega com tantas necessidades, numa sociedade tão desigual, que acaba dependendo muito da escola", afirma. Entretanto, por mais que o professor tenha o desejo de ensinar e ver a mudança acontecer, encontra empecilhos para tal, seja a falta de estrutura do instituto, ou a exiguidade de valorização por parte da população como um todo.        Precipualmente, o educador muitas vezes sofre com a falta de materiais e instrumentos disponibilizados e salas de aulas em situações precárias. De acordo com o movimento Todos pela Educação, apenas 4,5% das escolas possuem a infraestrutura ideal prevista em lei. Um ambiente escolar limpo, pintado e organizado faz o aluno se sentir amparado, disposto a usufruir o que o espaço oferece e empenhado em aprender mais. Porém, Edmundo Tadeu Copped afirma que a função social da escola é propositalmente comprometida, pois "os políticos brasileiros descobriram que povo sem cultura é facilmente manipulável e, portanto, não têm interesse na solução dos problemas da educação".       Ademais, 12,5% dos professores disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de estudantes pelo menos uma vez por semana, segundo a OCDE. A falta do reconhecimento da importância da profissão e a consequente hostilidade se traduzem em uma lacuna vazia no aluno: a do respeito. Tal comportamento é reflexo da realidade domiciliar, o que, por mais que muitos pensem que cabe apenas às escolas, comprova a importância da família no o que tange à educação. Afinal, o primeiro contato e as primeiras influências vêm do círculo familiar da criança, o que incide sobre a postura que ela apresenta na escola.        Infere-se a partir dos fatos que é crucial do Governo Federal, associado ao FUNDEB, melhores projetos e administração do repasse da verba às escolas, buscando os pontos mais precários e destacando-os. Cabe ao MEC e o IBGE, conjuntamente, mapear as regiões que carecem de escolas e investir na criação destas para atingir maiores camadas da população e, além disso, investir em tempos de aula que estimulem o debate dos valores dos indivíduos, fugindo dos tempos acadêmicos regulares e promovendo a construção do caráter e ética dos alunos. No que tange à família, é importante que valorize-se desde cedo a figura do professor, ensinando os princípios básicos para uma boa convivência dentro e fora da sala de aula. Assim, ver-se-á mudanças nos dados e no comportamento sociais, urgentes no panorama hodierno brasileiro.