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Enviada em: 05/06/2018

Segundo Zygmund Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais é característica da "modernidade líquida" vivida no século XX. Nesse sentido, a falta de inclusão dos jovens nos debates políticos e sociais e a excessiva pressão exercida pela sociedade, denotam a marginalização da função dos jovens na atualidade.                                                                                             Dentre as inúmeras razões para o cerne desse problema, figuram em destaque duas. A priori, a imagem de que os jovens são irresponsáveis permeia a sociedade, ou seja, essa idealiza um comportamento baseado nos padrões vigentes da década de 50/60.Entretanto, devido às mudanças que ocorrem no século XXI, como a maior visibilidade conquistada pelos grupos de minoria, os jovens lutam para  obter mais espaço na sociedade e, dessa forma, não aceitam atitudes intolerantes, por isso, são vistos como baderneiros. Assim, os juvenis são excluídos dos debates na esfera pública e acabam não se identificando como cidadãos.                                                                                                                 Há de se saber, ainda, que existe uma forte interrelação entre a abstenção escolar e as oportunidades no mercado de trabalho, isto é, sem ter qualidade educacional nos colégios, principalmente se estes forem públicos, os jovens preferem ter uma fonte de renda a ir às aulas e não conseguir aprender as matérias curriculares. Nesse viés, os jovens que abandonam o Ensino Médio, normalmente, entram em subempregos, uma vez que esses não exigem experiência. Isso corrobora com a desigualdade social existente nas principais nações. Além disso, a pressão que os jovens sofrem de arrumar um bom emprego, entrar em uma boa faculdade, e de seguir os padrões impostos pela sociedade,atualizando a teoria do fato social de Durkheim, acarreta sérios problemas à vida dos indivíduos, como depressão, insônia e até mesmo suicídio.                                                                                 Convém, portanto, que  o Estado promova, por meio de debates em colégios e praças públicas, maior inclusão dos jovens nas discussões políticas, desmitificando a imagem de que eles são baderneiros. Ademais, às instituições de ensino, cabe orientar os professores a acompanharem os jovens, estando abertos para desabafos, coibindo, assim, o principal problema da atualidade: o individualismo.