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Enviada em: 01/07/2018

A função do jovem no século XXI é um dos grandes desafios das democracias contemporâneas. Em um contexto em que as redes sociais e a internet possibilitam um número ilimitado de conexões entre pessoas, os jovens estão cada vez menos interessados nas instituições tradicionais e nos impactos que elas têm em suas vidas. Visto que as novas gerações herdarão a política, é preciso que elas desenvolvam a consciência de sua importância.       Depreende-se desse contexto que a tecnologia é um grande fator de atenção dos jovens. O poder de engajamento das redes sociais transformou os relacionamentos interpessoais. A possibilidade de criar tendências e influenciar derrubou fronteiras e têm transformado a cultura local ao redor do mundo. Apesar do fundamento conservador, da censura e dos antecedentes históricos de muitas sociedades, os jovens estão cada vez mais cientes de uma grande comunidade mundial, que preza por valores e identidades comuns. Essa consciência de mundo é muito útil, pois propaga ideias importantes de sustentabilidade, valorização dos direitos humanos e desenvolvimento econômico.       Por outro lado, constata-se que a maturidade e o preparo para os desafios da vida adulta estão ocorrendo cada vez mais tarde. Com a elevação da competitividade e da individualidade, os jovens têm dependido financeiramente de seus responsáveis até idades antes impensáveis. O casamento e os filhos deixaram de ser um estágio natural para o início da vida adulta, em como a independência financeira. Tudo isso contribui para que haja um descolamento dos jovens das questões da sociedade que não os afetam diretamente. Atualmente as escolas não contam com disciplinas que apresentam a estrutura do Estado e das leis aos jovens, o que torna essa assimilação e a ciência do poder do voto muito distante da realidade em que eles estão inseridos durante sua formação civil.       Assim, do ponto de vista da cidadania, é necessário que o Estado e os partidos políticos sejam mais atuantes no preparo dos jovens para o futuro. O Ministério da Educação deve criar uma disciplina com perspectiva atualizada de educação cívica no currículo escolar. Diferente da que já existiu durante a ditadura militar, nesta disciplina de agora, os jovens poderão ter contato com conceitos relacionados à divisão de poderes e representação de interesses. A formatação dessa mudança curricular deve ser baseada em amplo debate com a sociedade por meio de audiências públicas e voz de especialistas no assunto. Os partidos políticos também devem criar ambientes de debate e simulação dentro das câmaras legislativas locais, de forma a inserir os jovens nas discussões de interesse local. Deste modo, desde cedo, as crianças e adolescentes terão condições de desenvolver senso crítico e ter voz ativa nas definições políticas e exercer cidadania, condições necessárias para a democracia.