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Enviada em: 03/07/2018

No início dos anos 2010, o Oriente Médio foi tomado por manifestações populares, organizadas, sobretudo, pela juventude, conhecidas como Primavera Árabe. O clamor revolucionário culminou na derrubada de diversos regimes ditatoriais e tornou-se grande símbolo da posição protagonista assumida pelo jovem no contexto contemporâneo. Assim, urge explicitar os âmbitos políticos e sociais que influem nessa esfera de modo que, potencializando a voz cidadã, haja efetiva construção democrática do Estado.   Em primeiro lugar, convém analisar a ativa participação como fator que fortalece a luta pela coletividade. Consoante a Aristóteles, a política é seara intrínseca à existência humana, cuja perspectiva de fim último está sempre atrelada à busca do bem comum. Nesse ínterim, é possível reconhecer, na atualidade, as redes digitais, constituídas majoritariamente por usuários mais jovens, como área que exponencia tal poder. Expressar convicções e organizar ações relativas às lutas grupais não mais são atividades facilmente cerceadas por interesses de poderosos, mas instrumentos que lapidam e revigoram os movimentos sociais.     Ademais, é importante considerar costumes e valores que diferenciam a faixa etária em questão. A partir do pessimismo que permeia o fim do século XX, as gerações passam a experienciar a denominada falência das utopias, caracterizada pela descrença e desesperança em relação a todas as instituições sociais. De maneira análoga, as contínuas regressões políticas e econômicas evidenciam hoje, entre os mais velhos, sentimentos desse nível, suscitando o desapego à participação. Os mais jovens, contudo, imbuídos de construções próprias da modernidade, estabelecem conexões constantes com realidades múltiplas e, ainda desejando mudar estruturas que considera injustas, acreditam na reivindicação como passo para a transformá-las.    Torna-se evidente, portanto, a necessidade de possibilitar o incremento da posição engajada entre a classe juvenil. Faz-se imperioso que as escolas e universidades, inquestionáveis formadoras, propiciem ações nesse sentido, com o implemento de disciplinas como Ciência Política no quadro regular. Nessas oportunidades deverão ser realizados aprofundamentos teóricos sobre funcionamento do Estado, bem como em noções sobre Cidadania, direitos e deveres que devem ser defendidos. Para tanto, cabe estruturar, além das aulas tradicionais, sistemas de debates e chamar às conversas líderes de organizações sociais, a fim de que eles possam discorrer com propriedade acerca de suas causas. Dessarte, pela ampliação de horizontes, será possível ressignificar a causa jovem e conferir-lhe o valor cabido.